Não temos estratégias de reduzir alojamento de aves, diz Irineo
#souagro | A afirmação foi feita por Irineo da Costa Rodrigues, presidente do Sindiavipar – Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná em recente visita a Cascavel. Segundo ele, o custo de produção está sim elevado, porém as exportações também por conta da alta do dólar, o que traz um certo equilíbrio ao setor.
A maior dificuldade tem sido alimentar os animais com a escassez de matéria prima como milho e farelo de soja por isso o incentivo para que os produtores rurais plantem, nesta safra de verão, parte da área de milho. O que pode motivar os agricultores a tomarem essa decisão o próprio Irineo enfatiza: “A rentabilidade é 31% melhor para quem plantar milho do que soja agora no verão”.
Cigarrinha
Mas o produtor rural também tem o receio de uma praga que, a pelo menos dois anos, tem atacado sem dó as plantações de milho, a cigarrinha, que é capaz de deixar prejuízos enormes quando se prolifera nos período de desenvolvimento das plantas. Irineo demonstrou tranquilidade quanto a isso: “Nós já conhecemos essa praga e existem cultivares mais resistentes a cigarrinha e temos tecnologia para controlar a cigarrinha com defensivos agrícolas”, disse ele em entrevista especial para a jornalista do Portal Sou Agro, Sirlei Benetti.
Alojamento de Aves
Outra preocupação relatada pelos avicultores é quanto a diminuição dos alojamentos para suprir a falta de alimento para os animais. O presidente do Sindiavipar enfatiza: “Não temos, por enquanto, estratégias de reduzir o alojamento de aves. O dado que temos em 2021, até o momento, é o contrário. O setor, no Brasil, está alojando 6% mais no que em anos anteriores. As exportações também estão crescendo, ou seja, o consumo que depende de ração, portando de milho e de farelo de soja, continuará bastante alta”.
Exportações
As exportações brasileiras de carnes, de modo geral, cresceram em 2021 e o Paraná é destaque. “O Brasil, este ano, exportou muito mais carne suína do que em anos anteriores e a avicultura, sobre tudo a paranaense que representa 40% das exportações nacionais, também cresceram. Parte disso se deve ao dólar mais alto que faz com que nosso produto se torne mais atrativo”, ressalta Irineo.
Crescimento
Porém o rendimento financeiro das industrias diminuiu consideravelmente. Boa parte das empresas que lida com o setor de proteína animal registrou rentabilidade menor no primeiro semestre de 2021 em comparação com anos anteriores, segundo Irineo. “O custo de produção está muito elevado e parte desse valor tem sido repassado ao preço das carnes, e não tem como ser diferente. No mês de julho teve um equilíbrio e acreditamos que agosto também tenha tido um empate financeiro, porém acreditamos que este ano, as industrias terão prejuízo na avicultura.”
O presidente do Sindiavipar faz um alerta para todo o setor da avicultura. “Nós acreditamos que o custo de produção chegou no nível mais alto. Hoje o milho importado chega aqui no interior ao preço que estamos pagando nosso produtor, então o custo estabilizou. Também tem havido repasse de parte deste custo no preço das carnes. Mas a cadeia do frango é muito complexa e longa. Tem que estudar a logística pra ter um custo menor. Também quem revende para o consumidor final tem que pensar um pouco em diminuir a margem nesse período para que os empregos que a avicultura gera sejam mantidos. Mais de 10% dos paranaenses estão diretamente ligados ao trabalho da avicultura. Que possamos manter os empregos que são importantes para todos os segmentos da economia do nosso estado”.
Clique abaixo e veja a entrevista completa com Irineo da Costa Rodrigues, em vídeo:
(Sirlei Benetti / Sou Agro)
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