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Onda de calor e incêndios geram temor sobre perdas na colheita na China

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| A onda de calor e os incêndios florestais têm gerado temor sobre a colheita de outono na China. As regiões de Chonqging e Sichuan, no sudoeste chinês, lutam contra incêndios, enquanto aguardam queda na temperatura, esperada para a próxima semana.

A importante colheita de outono do país permanece sob séria ameaça. Autoridades alertaram este mês que as temperaturas estão subindo mais rápido na China do que no resto do
mundo. Uma onda de calor recorde levantou preocupações sobre a capacidade do país de se adaptar às rápidas mudanças climáticas e conservar os recursos hídricos já escassos.

 

Imagens de satélite mostraram o Lago Poyang, que geralmente recebe as águas das enchentes do Rio Yangtze durante o verão, em uma fração de seu tamanho normal para esta época do ano, reduzindo o abastecimento de água potável para comunidades próximas, disse a emissora estatal CCTV.

A água dos reservatórios de Três Gargantas e Danjiangkou já havia sido liberada para aliviar a escassez. A seca representa “severa ameaça” às safras de outono da China, disse o Ministério da Agricultura em comunicado, acrescentando que as autoridades foram instruídas a fazer tudo o que puderem para aumentar o abastecimento de água e proteger a colheita.

Agricultores que sofrem danos severos nas plantações seriam instados a replantar, e foguetes de semeadura de nuvens seriam disponibilizados sempre que possível, disse o ministério.

 

Meteorologistas disseram que a onda de calor, que dura mais de dois meses, está prestes a atingir um “ponto de virada”, com uma frente fria vindo do Oeste e um tufão se aproximando no Sudeste. Ainda assim, a grave escassez de eletricidade continua em toda a região, com a capital de Sichuan, Chengdu, apagando as luzes de seus trens do metrô para economizar.

Apesar do déficit de energia, que levou a restrições no uso industrial, economistas do ANZ disseram, em nota, que é improvável que a China veja uma repetição da escassez de energia doméstica do ano passado, causada pela redução de carvão. Embora um “alerta vermelho” de calor permaneça em vigor pelo 12º dia, as temperaturas devem cair nas regiões centrais até amanhã, e em Sichuan e Chongqing, a partir de 29 de agosto, informou o Centro Meteorológico Nacional.

As autoridades também divulgaram “alerta vermelho” de incêndio, lembrando que a situação é “extremamente perigosa” nas áreas florestais do centro e sul de Chongqing e leste de Sichuan, disse o serviço oficial de notícias da China. Chongqing e Sichuan, onde as chuvas foram 80% menores do que o normal, tiveram que lidar com 19 incêndios florestais desde 14 de agosto, de acordo com o serviço de notícias financeiras Caixin. O ministério informou que enviou mais de 2.800 bombeiros para Chongqing e Sichuan para ajudar nos trabalhos.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Reuters)

(Foto: Reuters)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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