Estudantes da área rural poderão ter aulas práticas no campo

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Estudantes da área rural poderão ter aulas práticas no campo

Débora Damasceno

1 de junho de 2022 às 07:30

#souagro| Se o presidente Jair Bolsonaro sancionar o projeto de lei que institui a chamada “pedagogia da alternância” (PLC 184/2017), os estudantes da zona rural terão os meses de estudo divididos entre aulas teóricas em sala e atividades práticas no campo.

O texto que veio da Câmara dos Deputados foi aprovado pelo Plenário do Senado sem nenhuma modificação e agora segue para sanção presidencial.

O projeto inclui essa metodologia na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A pedagogia da alternância prevê que, durante duas semanas do mês, os jovens aprendam na escola conhecimentos gerais e técnicos voltados para a realidade agrícola. Na quinzena seguinte, os estudantes terão a oportunidade de aplicar esses conhecimentos no campo, geralmente em propriedades familiares ou nos arredores da escola.

O método foi estabelecido por educadores e camponeses franceses em 1935, e chegou ao Brasil em 1969. De acordo com o autor do texto, deputado Helder Salomão (PT-ES), já existem várias escolas que aplicam esse modelo em vários, entre elas a Escola Família Agrícola (EFA) e as Casas Familiares Rurais (CFRs), mas ainda há relutância por parte de alguns estados em adotá-lo. A inclusão na LDB visa dar legitimidade ao método, além de valorizar os alunos do campo.

Implantação

O relator do projeto no Senado foi o ex-senador Pedro Chaves (MS). Em seu parecer, ele afirma que a pedagogia da alternância “tem gerado resultados significativos onde é aplicada”.

Ele citou dados da União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil (Unefab) e das Associações Regionais das Casas Familiares Rurais (Arcafar), segundo os quais já havia, em 2018, 270 instituições que adotavam o modelo no país, atendendo a cerca de 17 mil estudantes.

Para ele, organizar de forma dinâmica e múltipla a sala de aula, é um dos fatores que conduzem à qualidade na educação. “Engessar” as escolas, na visão do senador, pode resultar em evasão, repetência e exclusão.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Agência Senado)

(Foto: Prefeitura de Uberlândia/MG)

(Débora Damasceno/Sou Agro)