Fertilizantes: saiba qual decisão tomar no 2º semestre

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | Qual decisão tomar sobre os fertilizantes no 2º semestre? Finalmente uma notícia boa para o agronegócio brasileiro nestes últimos dias e muito mais positiva ainda para a agricultura do oeste paranaense, esta última ainda recolhendo os destroços provocados por uma chuva de granizo e fortes ventos registrados em vários municípios, principalmente em Maripá, Assis Chateaubriand e Capitão Leônidas Marques. Mesmo que tímido, o preço do nitrogenado já apresenta uma redução de 10%, conforme recente levantamento apresentado pela StoneX. Até junho, a expectativa é de um recuo ainda maior. Para especialistas, essa projeção tem uma explicação: é reflexo da menor demanda do hemisfério norte. Entretanto, a partir dos meses de julho e agosto, os preços tendem a apresentar nova reação com as compras por parte do Brasil, Índia e Estados Unidos.

Já com relação ao potássio, os preços devem se manter sustentado em virtude da impossibilidade de exportação por parte da Bielorússia e da guerra no leste europeu entre Rússia e Ucrânia. Há uma expectativa girando em torno de novos aumentos no custo do potássio. A curto prazo, não há possibilidade de queda. Por sua vez, a probabilidade de uma grande demanda do Brasil para a próxima safra agrícola em relação aos fosfatados deva elevar ainda mais os preços pagos pelo produtor. A curto prazo, o cenário deve se manter inalterado. Mas a partir de setembro, há sim uma chance dos valores sofrerem uma pressão do mercado.

 

 

De acordo com o head de fertilizantes da StoneX, Marcelo Mello, toda essa movimentação está calcada no apetite moderado dos americanos em relação aos fertilizantes e a questões meramente cambiais. Mesmo que distante, há uma possibilidade de queda nos preços dos nitrogenados, o mesmo não se aplica quando o assunto envolve potássio e fósforo.

Desfavorável é a palavra mais apropriada para descrever a relação de troca entre a soja e os fertilizantes. Hoje, os olhos passam a estar voltados mais no abastecimento do que propriamente nos preços. E o melhor momento para a compra dos nitrogenados? Para especialistas, é bom ficar atentos para os meses entre maio e junho. A retração estimada vai variar entre 10% e 15%. Já nos meses de agosto e setembro, o custo do NPK deve voltar a subir.

 

 

Os pequenos produtores vão precisar fazer malabarismo para enfrentar o problema do fluxo de caixa e já planejar a compra do fertilizante de maneira antecipada, visto que há um risco iminente de desabastecimento.

Nos últimos dias, chegou a se falar inclusive no comportamento do produtor em antecipar a compra dos insumos pensando na safra 2024/25.  Para o gerente comercial da Plantar, de Cascavel, Lucas Bortoli, é uma situação pouco provável. “O máximo que pode ocorrer é a aquisição de insumos tendo em vista a safrinha do próximo ano”, disse.

Para o engenheiro agrônomo Thiago Augusto da Costa, a aposta agora é com relação à queda nos preços dos fertilizantes. “Analisando pela fórmula mais convencional, a média histórica do preço do fertilizante tinha como proporção 20 sacas de hoje, no valor do momento. Esse montante era suficiente para adquirir uma tonelada de adubo. Hoje, para adquirir esse mesmo volume são necessários entre 35 e 37 sacas, um valor extremamente elevado”, comenta o profissional. O que pode estar ocorrendo, segundo ele, como medida de precaução, é a compra antecipada de herbicidas básicos pelo produtor, como o glufosinato, diquat e heat, ante a especulação de desabastecimento.

 

 

Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, revelam que, no âmbito nacional, as importações de fertilizantes do Brasil cresceram 10% no mês de abril.  O preço médio por tonelada foi de US$ 634, ou seja, 126% acima em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa alta é atrelada aos contratos firmados nos meses de setembro, outubro e novembro do ano passado, antes do conflito Rússia x Ucrânia.

A previsão é de uma safra 2022/23 muito mais cara, com possibilidade de ser mais que o dobro do investimento em comparação com a mesma época de 2021. O produtor precisa ficar atento para garantir o suprimento no período correto e evitar futuras frustrações na hora de adquirir os produtores, sob o risco de desabastecimento.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

Foto: Divulgação

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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