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Parceria fechada: Brasil e Irã se unem no Agronegócio

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Os ministros da Agricultura do Brasil e do Irã firmaram neste sábado (19) um compromisso de aumentar e diversificar a exportação de alimentos, commodities agrícolas e material genético do Brasil para o Irã e de produtos agrícolas e fertilizantes do Irã para o Brasil. Em reunião bilateral realizada em Teerã, Tereza Cristina e Seyed Javad Sadatinejad também  reforçaram o potencial de outros produtos, com frutas secas, pistache, trigo e açafrão pelo lado iraniano; algodão, arroz e açúcar pelo brasileiro.

No último dia de sua visita ao Irã, Tereza Cristina disse que muitos produtos iranianos podem ter boa aceitação pelos brasileiros, como conservas, frutas e azeite de oliva. “Precisamos nos conhecer mais, precisamos que os empresários iranianos vão ao Brasil para apresentar seus produtos, especialmente em feiras agrícolas”, disse.

 

Ela também comemorou a possibilidade de ampliar a exportação de ureia iraniana para o Brasil. “Fico muito feliz em saber desse potencial, isso é muito importante para a agricultura brasileira”.

Os dois ministros se comprometeram a apoiar a atração de investimentos, joint ventures e a implementação de projetos agrícolas de empresas de ambos os países. O compartilhamento e intercâmbio de experiências em conhecimento e realizações científicas e tecnológicas entre os dois países também está previsto.

 

“Os ministros reforçaram a complementaridade do relacionamento comercial agrícola bilateral e discutiram possibilidades para ampliar compras de produtos já comercializados, como exportações de ureia pelo Irã e de grãos e proteínas pelo Brasil”, explicou o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Jean Marcel Fernandes.

O ministro iraniano ressaltou que o Brasil é mundialmente conhecido como grande potência agrícola e disse que a visita de Tereza Cristina ao país é o primeiro passo para o amadurecimento dessa relação. Ainda este ano, está prevista a realização da próxima reunião do Comitê Consultivo Agrícola bilateral entre os dois países. Neste sábado, representantes de empresas brasileiras e iranianas também firmaram um acordo de intenções para o comércio compensado (barter trade) de 400 mil toneladas de ureia pelo equivalente em milho e soja, por meio de comércio de troca.

 

Irã poderá triplicar exportação de ureia para o Brasil

A National Petrochemical Company (NPC), empresa responsável pelo desenvolvimento e funcionamento do setor petroquímico iraniano, afirmou que o Irã poderá triplicar as exportações de ureia para o Brasil. Em reunião com a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o presidente da empresa, Morteza Shah-Mirzaei, disse que as exportações de ureia para o Brasil poderão chegar a 2 milhões de toneladas ao ano. Atualmente, o montante exportado é de 600 mil toneladas/ano.

A ministra disse que o Brasil tem interesse em aumentar a compra de ureia iraniana e destacou a qualidade do fertilizante produzido no Irã.

“Essa garantia de que teremos um volume maior para importar do Irã será muito bom para a agricultura brasileira. A agricultura brasileira precisa cada vez mais de fertilizantes. Em parceria com o Irã, asseguraremos a compra estratégica desses insumos para continuar produzindo mais alimentos, com maior eficiência”, disse a ministra. A ureia é o fertilizante mais utilizado na agricultura mundial para fornecer nitrogênio para as plantas.

 

O presidente da NPC destacou que a empresa tem mais de 140 produtos petroquímicos, incluindo a ureia, que podem ser comercializados. A NPC é uma filial do Ministério do Petróleo Iraniano, responsável pelo desenvolvimento e funcionamento do setor petroquímico iraniano. Atualmente, é o segundo maior produtor e exportador de produtos petroquímicos do Oriente Médio.

A ministra também visitou a Shiraz Petrochemical Company, uma das maiores produtoras de ureia do país. A produção anual de ureia do Irã é de cerca de 5 milhões de toneladas. Cerca de metade é vendida no mercado interno e o excedente é exportado.

Comércio

Em almoço do Fórum Empresarial Brasil-Irã, a ministra destacou que o Irã tornou-se o principal cliente da agricultura brasileira no Oriente Médio, com a importação de soja, milho e carnes. Mas ainda há interesse do Brasil em exportar produtos como algodão, arroz, açúcar.

Por outro lado, o Brasil pode aumentar a aquisição de produtos que já importa do Irã, como nozes, castanhas e frutas secas, além de adquirir outros gêneros como o açafrão e o trigo produzido no Irã. “Estou segura de que encontraremos o caminho certo para superar quaisquer adversidades e intensificar nosso comércio bilateral em benefício mútuo”, disse.

 

Tereza Cristina lembrou que o comércio compensado, o chamado barter trade, é um caminho passível de ser mais bem explorado para levar grãos ou outras commodities para o Irã e, nas mesmas embarcações, trazer ureia e outros petroquímicos ao Brasil. “Há tradings brasileiras que já conhecem esse caminho e podem trabalhar para ampliar esse tipo de intercâmbio e oferecer produtos do nosso agro a preço mais atraente”. disse Tereza Cristina.

Ela também destacou o interesse do Irã em tecnologias de manejo do solo e da água e em sistemas de irrigação. Nesse contexto, a cooperação entre instituições como a Embrapa e a Agricultural Research, Education and Extension Organization (AREEO) pode tratar desses temas.

 

(Fonte: Mapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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