Volume de exportação do setor agropecuário sobe 17,3% no Brasil

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

O volume de exportação do setor agropecuário subiu 17,3% no Brasil. Neste caso, o aumento nos preços internacionais pesou mais. O volume de mercadorias embarcadas subiu 17,3% em setembro na comparação com mesmo mês de 2021. Enquanto o preço médio subiu 26,1%.

Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho não moído, exceto milho doce (+260%), café não torrado (+42,6%) e soja (+6,4%). O destaque negativo foram animais vivos, exceto pescados ou crustáceos, cujas exportações caíram 56,9% de setembro do ano passado a setembro deste ano.

 

Quanto às importações, os maiores aumentos foram registrados nos seguintes produtos: cevada não moída (+5.632,8%), trigo e centeio não moídos (+32,0%) e frutas e nozes (+21,5%), na agropecuária; petróleo bruto (+192,7%), na indústria extrativa; e combustíveis (+142,9%), controladores de pragas agrícolas (+75,1%) e compostos organo-inorgânicos (+65,4%), na indústria de transformação.

Em relação aos adubos e aos fertilizantes, o crescimento nas importações decorre inteiramente do preço, que subiu 47,4% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. O volume importado caiu 22,6% por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.

 

Reflexo na balança comercial

A queda do preço internacional do ferro e o encarecimento de fertilizantes e petróleo fizeram o superávit da balança comercial encolher em setembro. No mês passado, o país exportou US$ 3,993 bilhões a mais do que importou – queda de 9,3% em relação ao registrado em setembro do ano passado (US$ 4,401 bilhões), segundo o Ministério da Economia.

De janeiro a setembro deste ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 47,869 bilhões. Isso representa 15,6% a menos que o registrado nos mesmos meses do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os nove primeiros meses de 2021, quando o superávit tinha fechado em US$ 56,44 bilhões.

 

No mês passado, o Brasil vendeu US$ 28,95 bilhões para o exterior e comprou US$ 24,957 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em setembro, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 18,8% em relação a setembro do ano passado, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, aumentaram em ritmo maior: 24,9% na mesma comparação.

No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento dos embarques que dos preços internacionais das mercadorias do que do volume comercializado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 12,6% na comparação com setembro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 6%. A valorização dos preços poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação caiu 32% na mesma comparação, e por produtos semiacabados de ferro ou de aço, cujo preço recuou 42,7%.

 

Nas importações, a quantidade comprada subiu 8,5%, refletindo a recuperação da economia, mas os preços médios aumentaram em ritmo mais intenso: 18,6%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, gás natural, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Agência Brasil de Notícias)

Foto: Wenderson Araújo

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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