Edmilson Zabott teme pela confirmação da geada.

“É uma indústria a céu aberto e os riscos são por nossa conta”, desabafa produtor rural, sobre previsão de geada para o PR

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Edmilson Zabott teme pela confirmação da geada.

Lidar com as dificuldades do tempo com uma indústria a céu aberto: oral sol, ora chuva, às vezes na hora errada, às vezes na hora certa. Arriscar com fé que as condições do tempo vão ajudar.

Essa é a realidade do produtor rural e aqui no Paraná, ultimamente, os desafios são grandes: o trigo pegou geada e também chuva intensa. Tanto que nem todo mundo terminou a colheita no estado e a perda na qualidade foi de mais de 50%.

 

Aí terminou o vazio sanitário e boa parte dos produtores plantou soja. Quem conseguiu, por que veio a chuva e de novo, atrasou tudo e, em algumas regiões, lavouras inteiras ficaram inundadas.

Depois da tempestade, sol neste fim de outubro. Só que a previsão do tempo não é nada animadora: vai esfriar em pleno mês de novembro, com risco de geada.

 

“A partir do dia 29 de outubro, a temperatura cai em todo Centro Sul do País e no Paraná fica de 4 a 5 graus abaixo do normal. Do dia 1º ao dia 5 de novembro piora: de oito a dez graus abaixo do normal para o período e tem previsão de geada com sério risco de danos. Por isso, é melhor que o produtor não plante nada que possa germinar até dia 5, por que a chance de ter prejuízo é muito grande”, alerta o engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho.

Diante da previsão, o produtor reza pra que a geada não se confirme. “É uma indústria a céu aberto e os riscos são por nossa conta. Se houver geada agora, vai ser uma tragédia. As plantas de soja mal estão saindo do chão por que a chuva foi muito intensa e fria. Tivemos estragos, mas se houver geada que precisarmos replantar soja, a janela para plantar milho safrinha se perde”, afirma, preocupado, Edmilson Zabott, que é produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Palotina.

 

“Isso ameaça também toda cadeia de proteína animal e gera uma preocupação na área de alimentos. Eu, por exemplo, plantei sorgo para escapar da cigarrinha, principal praga para o milho safrinha. E estamos torcendo para que a previsão não se confirme”, lamenta.

 

Segundo a economista Jovir Esser, do Deral (Departamento de Economia Rural) da região de Cascavel, com previsão de geada dentro de poucos dias o ideal é atrasar o plantio. “Se houver geada forte, com a soja plantada, perde tudo. Além da soja, podem ter prejuízos as lavouras de milho e de feijão”, explica.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

Fotos: Edmilson Zabott

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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