Contaminação de petiscos caninos: mais uma empresa terá que recolher produtos

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro|  A gente vem acompanhando aqui no Sou Agro o caso dos petiscos contaminados que terminou com a morte de vários cães por conta da contaminação de produtos para alimentação animal com monoetilenoglicol. Falamos inclusive que o Mapa determinou a retirada de produtos do mercado.

Pois bem, as investigações continuam e agora o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou o recolhimento do mercado de consumo, em todo território nacional da marca Balance (BRF Pet), da empresa Pets Mellon Industria de Produtos para Alimentação Animal Ltda.

A medida foi tomada após o Mapa receber oficialmente o comunicado de recall voluntário de três lotes de petiscos caninos da marca; O recolhimento se refere aos produtos: Bifinhos Frango Filhote (lote 22V074); Bifinhos Frango Assado (lote 22V085); e Bifinhos Carne e Vegetais (lote 22V085).

Com o novo comunicado, são ao todo seis empresas com determinação de recolhimento de seus produtos após detecção de dois lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol, adquiridos da empresa Tecno Clean: Bassar Indústria e Comércio Ltda, FVO Alimentos Ltda, Peppy Pet Indústria e Comércio de Alimentos para Animais, Upper Dog comercial Ltda, Petitos Indústria e Comércio de Alimentos, e agora a Pets Mellon Industria de Produtos para Alimentação Animal Ltda.

O Ministério segue atuando e tomando as medidas necessárias para mitigar o risco apresentado nos produtos de alimentação animal.

 

ALERTA DA ANVISA

Diante de tudo isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou um alerta que reforça a necessidade do recolhimento dos lotes intoxicados de propilenoglicol, que causaram a contaminação de petiscos caninos. A medida tem caráter preventivo, para evitar que lotes contaminados da substância sejam usados na fabricação de alimentos para consumo humano.

O alerta reforça a resolução que determinou o recolhimento e proibiu a comercialização, distribuição, manipulação e uso dos lotes AD5035C22 e AD4055C21 do ingrediente da Tecno Clean Industrial, analisados preliminarmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Neles, foi detectada a contaminação de petisco para cães por etilenoglicol, “substância extremamente tóxica, se ingerida”, conforme informado pela Anvisa.

 

“Ao identificar, durante a investigação dos fatos, a possibilidade de distribuição do ingrediente contaminado para fábricas de alimentos para uso humano, o Mapa compartilhou as informações para que a Anvisa pudesse adotar ações relacionadas aos produtos sujeitos à vigilância sanitária”, manifestou, em nota, a agência.

21 categorias de alimentos

Segundo a Anvisa, o propilenoglicol é um aditivo alimentar autorizado para uso em 21 categorias de alimentos para consumo humano, com quatro funções: umectante, agente clareador, estabilizante e glaceante. “Para três dessas categorias há restrição de uso do aditivo alimentar propilenoglicol. Para todas as categorias de alimentos há limite de uso do propilenoglicol, conforme legislação específica”, detalhou.

Solvente orgânico altamente tóxico, o etilenoglicol causa insuficiência renal e hepática, “podendo inclusive levar à morte, quando ingerido”, informa a agência ao se referir à substância que em outro relato, de 2020, já havia contaminado cervejas.

 

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(Débora Damasceno/Sou Agro – com Mapa)

(Foto: Envato)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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