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Frio e geada exigem mais cuidado na produção da erva-mate

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Você que é produtor rural de erva-mate deve ficar atento aos cuidados com a produção durante os dias mais frios. Isso porque a geada e o frio são fatores que deixam a espécie mais vulnerável.

Afinal, para que o consumidor tenha à disposição uma erva-mate de qualidade para o famoso chimarrão, a planta passa por um complexo processo de produção, desde o manejo na plantação ao seu processamento industrial.

CUIDADOS NO MANEJO DURANTE O INVERNO

Com a entrada do inverno, o cultivo e o manejo da erva-mate exigem atenção especial para garantir a qualidade do desenvolvimento da planta, além de protegê-la de doenças causadas, por exemplo, pela alta umidade do ar. Realizar o manejo correto é não só uma questão econômica para se tirar melhor proveito das produções, mas também de saúde do consumidor.

Estamos no período em que acontece a quebra da dormência das sementes, isto é, começam a ativamente desenvolver a planta. As sementes dos frutos colhidos em janeiro e março foram limpas e estão prontas para serem extratificadas na areia.

No entanto, o produtor deve ter cuidado no que diz respeito à manutenção da umidade adequada no recipiente em que está a semente, em especial nas semanas chuvosas. Sem cuidar ou fazer o manejo correto dos viveiros, ampliam-se as dificuldades em controlar doenças e realizar os tratos sanitários. Nesse sentido, também se deve evitar que a água da chuva entre nos viveiros. O processo de rustificação das mudas, que diz respeito à sua exposição ao Sol, é fundamental. Muitos dias nublados seguidos implicam na queda significativa de folhas por falta de incidência de luz solar.
A muda precisa completar seu desenvolvimento antes de ser plantada no campo. Para tal processo, a umidade média do ar está satisfatória, embora a previsão do tempo indique altos níveis de precipitação, o que prejudica a operacionalização do plantio. Também são necessários atenção e cuidado com o solo, pois corre o risco de erosão devido à concentração de água em curto período de tempo.

“Outro cuidado com o solo é que, para fazer o plantio, deve-se priorizar locais onde já tenham plantas de cobertura, ainda que possam ser semeadas após o plantio das mudas”, alerta o extensionista rural da Emater/RS-Ascar na região de Passo Fundo, Ilvandro Barreto, que também recomenda iniciar a implantação das plantas de cobertura durante o outono, para que estejam prontas no inverno. Estas vão auxiliar no processo de proteção do solo, na regulagem do microclima, cuidando da umidade, temperatura e adição de matéria orgânica na terra, para melhorar suas condições químicas, físicas e biológicas.

Durante o inverno não há muita preocupação com pragas, que tendem a atacar entre a primavera e o verão. Da mesma forma, a adubação não é recomendada durante o inverno, mas no período de desenvolvimento vegetativo das plantas, que ocorre entre a primavera e o verão. Por outro lado, o produtor precisa monitorar de perto o desenvolvimento de doenças, principalmente por conta da umidade e das precipitações.

As práticas de poda de formação devem ser evitadas no inverno por causa da geada e do frio. Os outros tipos de poda, como a de colheita, podem ser utilizados. Além disso, ao serem colhidas, é preciso ter cuidado para deixar folhas na copada, de modo a garantir a atividade da planta.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Emater/RS)

 

(Foto: Embrapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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