Aftosa na Austrália: saiba se há risco para o rebanho do Brasil

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

#souagro| Há registro de bovinos com febre aftosa na Austrália e a grande questão é se, a partir destes casos, existe algum risco para que a doença entre em território brasileiro, considerando que o País tem sete estados com certificação de livre de febre aftosa sem vacinação, inclusive o Paraná.

São cerca de 230 mil bovinos com a doença em Bali, na Indonésia, e por isso a Austrália está em alerta. Uma carta do Ministério da Agricultura da Indonésia confirmou a entrada da febre aftosa em Bali na sexta-feira, com testes confirmando que 63 vacas foram infectadas em três locais ao redor de Bali.

Os animais infectados estão espalhados por 22 províncias da Indonésia, desde que o surto foi relatado pela primeira vez em maio.

 

“A Austrália está em alerta porque a Indonésia é um local de muitos turistas e o risco é de que um turista possa carregar o vírus por ali. É um local onde o agro é muito forte”, explica a médica veterinária da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) de Cascavel, Luciana Monteiro.

Segundo a veterinária, o surto de febre aftosa na Austrália traz dois lados. Um deles é o benéfico para o Brasil, já que o País pode ganhar mais mercado com o comércio da carne australiana bloqueado. “Com o controle sanitário que nós temos, com Estado livre de febre aftosa, é claro que favorece o nosso mercado. É importante que tenhamos essa caracterização de área livre de febre aftosa porque significa que não temos circulação viral. Ao passo que nosso rebanho também não tem proteção imunológica para a doença, então é preciso ter atenção porque temos muitos brasileiros que vão para estes países comprometidos”, analisa.

 

O contágio pode ocorrer por contato direto com animais infectados ou por meio de pessoas e de animais que tenham se tornado vetores móveis depois de contato com os contaminados. Em caso muito raro, a transmissão de febre aftosa ocorre pelo ar.

 

Quanto à entrada de animais daquela região, a especialista tranquiliza que a importação é pequena. “Somos grandes exportadores de animais,  e não importadores, então, acredito que não seria por essa via que o vírus entraria no Brasil. O ingresso de pessoas no país é que leva às agências de defesa a terem mais rigor com relação a este retorno”.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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