Saiba como tirar melhor proveito na adubação

Ageiel Machado
Ageiel Machado

#souagro | A fertilidade de solos, a nutrição de plantas e o uso racional de fertilizantes são pilares fundamentais para a sustentabilidade da produção agrícola. Ao mesmo tempo que os avanços na ciência e tecnologia têm criado ferramentas inovadoras para diagnóstico e recomendação, o nível de complexidade para a tomada de decisão tem aumentado na mesma proporção, visto a grande quantidade de dados e informações. Para saber por onde começar e quais informações são necessárias para a adubação eficiente existem alguns passos. Esses foram desenvolvidos em um estudo pelo especialista em fertilizantes Flávio Bonini.

Flávio começa com o entendimento que a adubação é uma parte do processo produtivo e dependente de vários outros fatores como equipamentos, capacidade operacional, mão de obra e até mesmo a forma do produtor rural conduzir sua atividade. “Tão importante quanto definir o que fazer é entender se tudo o que foi planejado conseguirá ser executado ao final do processo. Entenda como a propriedade funciona e avalie se há pontos de atenção ou de limitação que poderão interferir negativamente no processo de adubação”, explica.

 

 

Após isso é importante fazer o diagnóstico com o maior nível de detalhe possível sobre o que está sendo feito na área em relação ao manejo de solo e problemas ou limitações já conhecidas. “Comento sempre muito sobre a análise de solo, entretanto, lembro que não são apenas as características químicas que definem o sucesso da adubação. Entender se há problemas relacionados a física do solo como erosão ou compactação ou mesmo se existem desbalanços nas suas funções biológicas são informações fundamentais para prever o desempenho dos fertilizantes. Um solo saudável deve permitir que os processos químicos, físicos e biológicos sigam seu curso natural com a menor interferência possível, ou seja, de forma sustentável”, explana Bonini.

Mas ele ainda lembra que não pode descuidar em amostragem do solo. “Não há como fazer uma boa recomendação a partir de uma amostragem e análise de solo ruins”.

Outro passo importante é a definição  do critério de interpretação e recomendação. A pesquisa oficial brasileira tem trabalhado nas últimas décadas gerando critérios para interpretação de teores de nutrientes no solo e tabelas para recomendação de adubação para diversas culturas e regiões. Estas recomendações foram criadas a partir de inúmeros trabalhos de calibração de doses e fontes de nutrientes em diversos solos e são um importante ponto de partida para a definição do critério da recomendação de adubação.

Mas Bonini comenta que como todo método científico, estas possuem limitações visto serem preparadas para representar, em alguns casos, todos os solos de um estado ou mesmo regiões inteiras. “Com a ajuda das tabelas, defina as classes nas quais os teores de nutrientes se enquadram (muito baixo, baixo, médio, alto, muito alto), encontre a dose recomendada para esta situação, mas não deixe de fazer o ajuste fino considerando variáveis importantes como a expectativa de produtividade, histórico da área, previsão climática para a safra e, sem dúvida, a experiência do produtor”.

 

 

Com as doses de nutrientes definidas, deve encontrar fertilizantes que se encaixem às necessidades do seu solo e cultura. Atualmente há uma grande quantidade de opções de produtos e formulações de fertilizantes que atendem quase que a totalidade das possíveis combinações de nutrientes.

Os fertilizantes precisam ser selecionados de acordo com a recomendação e, se necessário, ajuste doses e manejo para que se encaixem próximo ao que foi planejado. É importante buscar fornecedores confiáveis, que ofereçam opções que atendam a sua necessidade e que tenham em seu portfólio produtos eficientes, comprovados e que facilitem o operacional da propriedade. Produtos com performance aumentada e que possuam tecnologias que melhorem a eficiência de uso são ferramentas poderosas para gerar lavouras mais sadias e produtivas.

A Aplicação e distribuição dos fertilizantes devem ser feitos da melhor forma possível. A partir do momento em que o fertilizante chega na propriedade, a recomendação sai do papel e vai, literalmente, para o campo. Todo o planejamento da adubação se materializa em produtos que contém nutrientes que serão aplicados com objetivo final de corrigirem o solo e serem absorvidos por cada planta.

Bonini explica que independentemente se a sua opção é trabalhar com dose fixa de fertilizantes, utilizar-se de zonas de manejo ou mesmo trabalhar com aplicações em doses variáveis. “Certifique-se de que o foi planejado é o que está sendo executado pelos equipamentos. Não é raro encontrarmos casos nos quais a eficiência da adubação foi prejudicada por uma falha na regulagem das máquinas ou por má qualidade dos produtos. Para não errar, lembre-se e pratique sempre os 4 C´s (nutriente correto, dose correta, local correto, momento correto)”, finaliza.

 

(Sou Agro com agências)

(Ageiel Machado/Sou Agro)

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