Pesca do peixe pintado está proibida no Brasil
#souagro| A gente mostrou nos últimos meses aqui no portal Sou Agro o registro de muitos pescadores que fisgaram peixes pintados gigantes no Paraná. Só que agora isso não deve mais acontecer, isso porque a pesca da espécie surubim ou pintado, foi proibida no Brasil por conta do risco de extinção.
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Esta é a primeira vez que o Ministério do Meio Ambiente inclui a espécie na lista de animais ameaçados. A decisão que faz parte da portaria nº 148/2022 do Ministério do Meio Ambiente e já está em vigor, segue os critérios internacionais de risco de extinção. Isso quer dizer que, agora, a pesca desse peixe está proibida em todo o Brasil, incluindo a atividade esportiva do “pesque e solte”.
Essa espécie de peixe pode ser encontrada em grandes bacias, como São Francisco, Paraná, Paraguai e Uruguai e é comum vários países da América do Sul, além do Brasil.
DECISÃO É CRITICADA
Muitos setores criticaram essa decisão. Inclusive a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso e o Conselho Estadual da Pesca (Cepesca) afirmam que a pesca do pintado não está proibida no estado. E segundo esses órgãos, eles aguardam a regulamentação do Governo Federal.
“A portaria não proíbe a pesca do pintado, mas estabelece que o peixe deve ser usado de forma sustentável. Vai depender de uma regulamentação federal esclarecendo quais as regras e procedimentos para o uso desta espécie e outras que possam ter sido acrescentadas dentro desta lista de animais ameaçados”, explica o secretário em exercício da Sema-MT e presidente do Cepesca, Alex Marega.
Apesar dos setores defenderem que a pesca do Pintado é importante para economia e turismo de alguns estados, O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), garante que a decisão é resultado de uma análise técnica que usa, inclusive, critérios internacionais de risco de extinção. O analista ambiental do ICMBio Wellington Adriano explica que essa análise é feita de maneira bem criteriosa.
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A Lista Oficial das Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção avaliou mais de 5 mil espécies da flora e outras 8,5 mil da fauna brasileiras. Apesar da entrada de 219 novas espécies na Lista, o ICMBio afirma que há motivos para comemoração: 220 tiveram melhora em seu estado de conservação, indo para categorias de menor risco; e outras 144 espécies saíram da Lista.
Como o Brasil possui aproximadamente 20% das espécies existentes no mundo, a Lista Oficial brasileira é um dos maiores esforços em avaliação da biodiversidade empreendidos em nível global.
(Débora Damasceno/Sou Agro com Agência Brasil)
(Foto: reprodução internet)