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Insumos minerais podem diminuir dependência dos fertilizantes

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Como a gente vem falando aqui no portal Sou Agro, o pó de rocha está nos holofotes da agricultura. O produto vem tendo grande aumento de procura, e as entidades do setor defendem o uso dos remineralizadores como alternativa para diminuir a dependência dos fertilizantes. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apoia a utilização do pó de rocha, que é insumo já regulamentado no Brasil, para fortalecimento do solo na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal.

O diretor-adjunto da entidade, Reginaldo Minaré, defendeu o uso dos remineralizadores e lembrou que a remineralização, por meio da moagem de rochas e distribuição nas áreas de plantio e pastagens, reproduz mecanicamente o processo que a natureza utiliza para produzir os solos, que é transformar as rochas um pó: “É um processo que melhora as características físicas e químicas do solo e a microbiota do solo, processo que é potencializado quando utilizado com microrganismos solubilizadores de fosfato e potássio”.

 

Porém, Minaré ressaltou que, embora o processo de remineralização tenha o mesmo objetivo do uso de fertilizantes químicos, ele não substitui totalmente o fertilizante químico e tem uma logística comercial e de produção muito diferentes. Segundo ele, a produção é viável em todo o País. No entanto, é uma produção regional que necessita de um modelo de negócio diferenciado. A produção do pó de rocha deve acontecer a uma distância de aproximadamente 300 km do local que o produto será utilizado.

O diretor-adjunto reforçou que o uso desse insumo é promissor, tem impacto positivo para o ambiente e incorpora uma preocupação grande com a melhoria da qualidade do solo. De acordo com Minaré, é uma prática importante, principalmente quando se observa que o fertilizante clássico ainda é pouco produzido no Brasil e que o Plano Nacional de Fertilizantes espera reduzir em até 50% a dependência do País até 2050.

 

“Hoje somos dependentes de 90% de fertilizantes químicos e o custo de produção está muito elevado, pois aumentou com o desajuste da cadeia de suprimentos e com a guerra. Isso impacta na margem de renda do produtor e no preço dos alimentos. O uso de remineralizadores é algo que pode amenizar a dependência no futuro, reduzir custo de produção e, no médio e longo prazo, contribuir com o melhoramento do solo.”

Minaré acredita que, para o bom desenvolvimento desse mercado, é importante tornar mais previsível o licenciamento ambiental, inclusive com a criação de uma lei que separasse a produção dos agrominerais das demais minerações.

“Outro ponto importante é verificar se este tema está bem contemplado na grade curricular das universidades e escolas técnicas. Pois a assistência técnica ao produtor precisa ser realizada com eficiência, visto que exige uma mudança de cultura dos agricultores que acostumaram com o uso de fertilizantes químicos apenas”.

 

O PÓ DE ROCHA

O pó de rocha é um remineralizador, ou seja, ele ajuda na recomposição dos minerais, melhorando as condições do solo com custo mais baixo. A rochagem é rica em micro e macro nutrientes que misturados ao solo alteram os índices de fertilidade das áreas onde é utilizado. “Os Pó de Rocha são coprodutos da indústria da mineração que passam por um processo de moagem e são aplicados na agricultura, por isso, são chamados de agrominerais. Porém, o Ministério da Agricultura determinou ou estabeleceu uma legislação específica que os classifica em remineralizadores. E esses remineralizadores devem apresentar um potencial para melhorar a fertilidade do solo e também não devem conter riscos em potencial para a contaminação dos solos”, detalha o pesquisador da Embrapa, Fabio Alvares.

(Débora Damasceno/Sou Agro com CNA)

 

(Foto: CNA)

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