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Tudo mais caro? entenda como a guerra afeta o Brasil

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| A guerra entre Rússia e Ucrânia tem gerado reflexos em todo mundo. Aqui no Brasil falamos sobre os diversos setores que serão afetados, ou já estão sendo. O Agronegócio é um deles, e algumas consequências imediatas  estão sendo sentidas.

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Segundo o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) Ricardo Santin, o aumento nos custos de produção já estão acontecendo: “De fato a consequência mais imediata que estamos vendo é o aumento do preço dos insumos, especialmente do milho e do farelo de soja que sobe junto com toda essa escassez já que tanto Rússia como Ucrânia são responsáveis por 30% do fornecimento de trigo mundial e 20% do fornecimento de milho. Esse é um impacto imediato e que vai ter no dia a dia dos brasileiros. Já que quando sobe o preço do milho, inevitavelmente isso tem que ser repassado a gôndola dos supermercados e a mesa dos consumidores”, detalha Santin.

Mas não é só nos grãos que o Brasil é afetado, existe também a questão dos fertilizantes que tem sido muito debatida nos últimos dias, já que a Rússia tem grande participação nas exportações globais de fertilizantes nitrogenados e parcelas significativas do mercado de fosfato e potássio. Segundo a consultoria Agroconsult, o Brasil é altamente dependente dos fornecedores russos, responsáveis por suprir cerca de 15% por cento da demanda doméstica de fertilizantes.

 

O Ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo falou sobre essa dependência: “A Bielorrússia e a Rússia estão entre os grandes fornecedores de fertilizantes para o Brasil. E o Brasil tem que garantir o suprimento de fertilizantes porque sem eles, nossa agricultura e nossa pecuária ficam em parte inviabilizadas além do impacto sobre a competitividade dos nossos produtos no mercado internacional e sobre o preço dos alimentos para a nossa população.

A maior empresa produtora de fertilizantes do mundo, a Nutrien, acredita que a invasão da Ucrânia pela Rússia, pode resultar em interrupções prolongadas no fornecimento global de potássio e nitrogênio. E informou que caso isso ocorra, vai aumentar sua produção dos insumos.

A Yara também se pronunciou, informando que a empresa foi diretamente atingida pelo conflito. Tanto por ter funcionários na zona de guerra, na Ucrânia, quanto por míssil, que atingiu o prédio da companhia em Kiev. Segundo a nota, nenhum dos funcionários foi ferido fisicamente, ao mesmo tempo a empresa está adquirindo uma quantidade considerável de matérias primas essenciais da Rússia, usadas para a produção de alimentos em todo o mundo.

 

O presidente Jair Bolsonaro também se posicionou sobre a falta de potássio. Em uma rede social ele afirmou: “Nossa segurança alimentar e agronegócio exigem de nós executivo e legislativo medidas que permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância.”

A ministra da agricultura, Tereza Cristina, explica que tem acompanhado o cenário de perto e que agilizar o fluxo da chegada de fertilizantes ao país é uma prioridade do governo: “O Ministério da Agricultura tem aí um grupo de acompanhamento que fala com as indústrias, que fala com os produtores, que fala com a parte aí de logística, nós temos os portos que está preparado pra essa chegada de fertilizantes que tem que estar preparado. Nós temos aí vários portos brasileiros que recebem fertilizantes. Mas nós estamos também já conversando pra daqui a dois, três meses a gente ter aí um fluxo mais rápido dessa chegada dos fertilizantes aos portos brasileiros. Uma prioridade, né? Vai abrir um canal verde aí. Então pra isso nós estamos conversando com a infraestrutura, com a Receita Federal. Então existe aí todo o monitoramento, a gente tem que ter tranquilidade nesse momento e as ações.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro com apoio Terra Viva)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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