RÚSSIA

Conflito entre Rússia e Ucrânia afeta o Agro brasileiro

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Nesta quinta-feira (24) o assunto que domina o mundo é que a Rússia começou os ataques na Ucrânia, depois de quatro meses de ameaças. Trazendo este assunto para a realidade do nosso portal, que é o agronegócio, vamos deixar um pouco o conflito de lado e falar de como essa crise entre os dois países afeta a economia brasileira.

Pode parecer que não, mas muita coisa deve sofrer impactos aqui no Brasil. Uma delas é o milho, afinal a Ucrânia é responsável pela venda de 17% do milho em todo mercado mundial, perde para o Brasil, Argentina e EUA, mas mesmo assim tem relevância em quantidade de produção. Além disso, o país é um dos maiores exportadores de grãos e óleos vegetais. Ucrânia e Rússia juntas, também são responsáveis por exportar 30% do trigo comprado pelo mundo.

 

Com isso surge um medo de que a produção seja interrompida refletindo diretamente no mercado. Para se ter uma ideia, as cotações do milho já subiram 2,37% e O bushel do trigo, que é a medida de peso usada nos EUA e equivale a 27,2 quilos, já aumentou 2,7%.

Mas não para por aí, A Rússia é responsável por boa parte da exportação de fertilizantes, e se o conflito com a Ucrânia resultar em sanções econômicas, isso deve reduzir o fornecimento dos produtos, afetando diretamente a produtividade agrícola que vai sofrer com o aumento dos preços.

 

O conflito aliado a preocupação com a seca que afeta a América do Sul, especialmente a região sul do Brasil, podem resultar em grandes elevações nos preços no mercado de commodities. Sabe o que isso significa? alta no preço de alimentos, a soja por exemplo é utilizada na produção de quase todos os industrializados.

 

PETRÓLEO E ENERGIA

O petróleo foi um dos primeiros a sentir os impactos do conflito. Hoje (24) o preço superou US$ 100 pela primeira vez em mais de sete anos, é que a Rússia é uma grande produtora de petróleo e esse embate com a Ucrânia deve afetar o mercado. É só olhar os números: 66% do gás e 29% do petróleo que a Alemanha compra fora da União Europeia vêm da Rússia por exemplo. Cerca de 44% do gás importado pela União Europeia e 25% do petróleo, além de grande parte da energia são da Rússia.

Se essa guerra interromper o comércio do produto para a Europa, os europeus vão precisar procurar em outro lugar, ou seja, o mercado mundial deve encarecer ainda mais o preço do petróleo.

IMPACTO DO DÓLAR NA INFLAÇÃO BRASILEIRA

Com essas altas nos preços do petróleo e dos alimentos, a possibilidade de que a inflação brasileira pudesse baixar, vai por água abaixo. Ontem (23) o dólar fechou em R$ 5,03, a cotação mais baixa desde junho do ano passado, mas isso não impede os reflexos negativos na economia do Brasil.

É que já existe uma previsão de desvalorização do real, pois o dólar deve aumentar junto com as commodities. Então antes mesmo da guerra começar, a projeção já era negativa e agora com esse conflito Rússia e Ucrânia a situação deve ficar ainda mais complicada.

GOVERNO BRASILEIRO PEDE FIM DO CONFLITO

Nesta quinta-feira (24) O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota pedindo pelo fim do conflito entre os dois países.

“Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia. O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil. Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.”

 

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro com agências)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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