2021

2021: um ano marcado pelas adversidades climáticas

Débora Damasceno
Débora Damasceno
2021

#souagro| Chuva demais e seca histórica, assim podemos resumir o ano de 2021 no sul do país. Trazendo essa realidade para o oeste paranaense, os números são impactantes. O exemplo é Cascavel: Em um comparativo entre 2019, 2020 e 2021 o acumulado de chuva foi 1638, 1385,8 e 1510, 6 (até o momento) respectivamente, mas além na diminuição no valor total, o que chama atenção é a distribuição de chuva ao longo do ano.

 

De acordo com o agrometeorologista Reginaldo Ferreira, esta é uma situação que vem se repetindo ao longo dos anos: “O resultado de chuvas está na média, um pouco mais a baixo para a região, o problema está com a distribuição das chuvas ao longo do ano. Estamos tendo a cada ano mais períodos de secas e de chuvas que o normal. Seca demais em longo período e chuvas de mais em curto período. Estes são chamados períodos extremos que ocorriam de tempos em tempos, mas muito afastados um dos outros. Isto é, dificilmente aconteciam, agora parece que sempre acontecem.”

Essa distribuição fica nítida quando comparamos a quantidade de chuva mês a mês, veja só: em janeiro de 2021 choveu 405 milímetros, em fevereiro diminuiu para 30, março subiu para 137 e abril teve uma queda brusca para apenas 3,2 milímetros no mês todo.

 

Em maio o acumulado de chuva foi de 28,2 milímetros, junho 123, julho 35,8, agosto 54 milímetros, setembro 58,8, quando chega em outubro o número sobe novamente chegando a 551, 6 milímetros representando um terço da chuva do ano, e aí começa a queda novamente: novembro 84,4 milímetros e dezembro apenas 0,2 milímetros (até agora), para se ter uma ideia em dezembro de 2020 choveu 290,8 milímetros.

Assustador não é mesmo? E essa falta de chuva é o que tem gerado reflexos tão negativos nas lavouras como a gente tem mostrado ao longo das semanas aqui no portal Sou Agro. Agricultores registraram perdas nas produções de soja e milho e outras culturas em todo sul do país por conta da seca.

 

“Tivemos perdas com a soja e o feijão no ano passado com muita chuva no mês de dezembro e janeiro e o inverso ocorre esse ano, ao invés de perdas com chuvas, perdas com seca”, afirma Reginaldo.

Sobre as causas dessas diferenças climáticas, o agrometeorologista explica que esse resultado é a soma de vários fatores: “Isto está relacionado a mudanças climáticas em função dos gases de efeito estufa provocado pelas queimadas e principalmente a queima de combustíveis fósseis. O ano passado e esse ano soma-se a La Niña e a ZACAS ou zonas de convergências do Atlântico Sul que trouxe e está trazendo muitas chuvas para o norte, centro oeste e sudeste. As ondas de calor e os ciclones e anticiclones que estão ocorrendo mais no continente ao invés do oceano”, finaliza Reginaldo.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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