#souagro | O leite literalmente escoou pelo ralo na propriedade da família Garbin, em Esquina Progresso, pertencente ao município de Palotina. A falta de energia elétrica levou os produtores a descartar 300 litros de leite. Com o preço pago ao produtor na casa dos R$ 2,30, o prejuízo é de R$ 690. Sem contar o barracão utilizado para o manejo com as vacas e também para abrigar os maquinários, que teve a cobertura literalmente arrancada pela força do vento, provocando um desfalque no orçamento da propriedade de R$ 20 mil.

Dona Janete e o filho e engenheiro agrônomo Felipe Guarbin estão sem energia elétrica na propriedade desde quarta-feira (13) e solicitaram apoio emergencial do laticínio que fazem a entrega, para buscar todos os dias o leite retirado das 25 vacas em lactação. É um drama nunca vivido pela família. “Vivemos do leite e não sabemos até quando vamos suportar essa situação. Já ligamos para a Copel, que nos informou que está fazendo de tudo para atender todas as demandas”.

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As propriedades vizinhas à da família Garbin também enfrentam o mesmo problema da falta de energia elétrica e compartilham do drama. Os resfriadores precisam de energia para manter o leite a uma temperatura mínima de quatro graus. “Sem o resfriador, o leite aguenta entre 4 e 5 horas, depois disso, começam a apresentar mau cheiro e a alternativa é inutilizá-lo”, conta Felipe Garbin. Além do leite, na propriedade eles investem em soja e milho. “O laticínio não está dando conta de recolher todo o leite nas propriedades que também estão sem energia”.

Copel

Os eventos climáticos registrados na quarta e na quinta-feira são considerados o segundo maior em número de ocorrências e de consumidores desligados da história do Paraná, ficando atrás somente do ciclone bomba, de julho de 2020. Essa nova frente fria que avança sobre o Paraná com áreas de instabilidade, pancadas de chuvas, acompanhadas de descargas elétricas e rajadas de ventos nas regiões oeste, sudoeste e norte, provocaram vários estragos e comprometimento da distribuição de energia elétrica em várias partes do Estado.

Em nota, a Copel informou que “é mais um desafio para as equipes que trabalham na recomposição da rede elétrica, já severamente danificada com a passagem do temporal que atingiu o Paraná”. Conforme a Copel, foram remanejadas equipes de outras áreas e de outras regiões do Estado para ajudar nos trabalhos e a expectativa é de que até o fim de domingo boa parte das cargas já seja reestabelecida.

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Até sexta feira de tarde (15), a Copel registrou 77,4 mil unidades consumidoras aguardando o restabelecimento do fornecimento de energia. Destas, cerca de 36 mil unidades consumidoras estão nas regiões Oeste e Sudoeste, onde alguns municípios tiveram o fornecimento de energia quase totalmente interrompido, dentre eles, São José das Palmeiras e Diamante do Oeste, ambos praticamente sem energia.

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A Copel está com 215 equipes nas ruas, trabalhando para restabelecer o fornecimento de energia o mais rapidamente possível. No momento, há 2.800 emergências para atendimento e a lista de estragos é grande: 40 alimentadores abertos, cerca de 140 postes quebrados e muitos cabos rompidos.

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A Copel lembra que, em dias de tempestades, deve-se manter distância de situações que possam oferecer riscos, como postes quebrados e fios rompidos. A falta de luz pode ser comunicada pelo site e aplicativo, pelo telefone 0800 51 00 116 e pelo WhatsApp 41 3013-8973. Há ainda a opção de enviar uma mensagem de texto (SMS) para o número 28593, com as letras “SL” e o número da unidade consumidora.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

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