Ômicron

Mercado agropecuário já sente os efeitos da ômicron

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
Ômicron

 

#souagro | O anúncio de uma variante da Covid-19, a ômicron, surgida na África do Sul e com casos já se espalhando pelo mundo, inclusive no Brasil, já começa a estremecer o mercado agropecuário.

O dia foi de perdas intensas e generalizadas. As commodities agrícolas, metálicas e energéticas aprofundaram as perdas, preocupando os investidores. Os índices acionários também despencaram. Na medida que as informações chegam, cresce a temeridade provocada pela nova variante ômicron.

As declarações de líderes europeus divergem de posições mais serenas adotadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Os posicionamentos pelo mundo servem para conturbar ainda mais o cenário. Para se ter uma ideia, o risco de uma inflação mais alta nos Estados Unidos aumentou.

Na sessão de hoje, os futuros do petróleo, tanto WTI quanto brent, despencaram 5%. O barril do WTI atingiu US$ 66,28 e o brent US$ 69,38. As perdas também se somam ao gás natural, com queda de 5% e o ouro reduziu 0,50%, a prata 0,1% e o cobre 1%.

No complexo soja, o óleo encerrou o pregão com baixas entre 4,18% e 5,41% em relação às posições mais negociadas e dezembro valendo 55,11 cents de dólar por libra-peso. Já sobre o farelo, as quedas não foram tão acentuadas. O derivado terminou a terça-feira com queda de 0,09% a 0,26%, com janeiro cotado a US$ 341,80 por tonelada curta. Entre os futuros do farelo de soja as perdas beiraram os 30 pontos no pregão.

As posições mais negociadas perderam de 24,25 a 26 pontos, levando o janeiro a US$ 12,17 e o maio a US$ 12,35 por bushel. Os complexos trigo e milho perderam sua média móvel de 50 dias, com forte pressão do cenário macroeconômico.

A baixa no trigo, agora se aproximando de 1,5% é atribuída à revisão para cima da produção do grão na Austrália. Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com perdas de 14 e 15,75 pontos nos principais contratos e o trigo recuou de 30,50 a 35 pontos.

Vale ressaltar que antes do surgimento dessa nova cepa, o mundo já estava em alerta com a probabilidade de uma quarta onda na Europa, Estados Unidos e China, em vias de adotar novas restrições. A queda da circulação de grãos e carne pelo mundo realmente reduziu, mas muito menos do esperado inicialmente. O consumo nas residências aumentou em virtude do fechamento de cafés e restaurantes.

Hoje, o cenário é bem diferente no caso de uma nova pandemia. Os países estão mais preparados e aptos a encarar de frente – mas com máscaras -, as novas investidas da Covid-19. A China continua adotando um comportamento protecionista. O maior comprador de grãos e proteína animal do Brasil foi o primeiro a fechar e o primeiro a retomar as atividades a partir da imunização de sua população. Em julho, apesar das barreiras impostas à carne bovina brasileira, justificada pelos casos atípicos da doença de vaca louca no Brasil, a importação dos chineses foi expressiva. Entretanto, a expectativa é de flexibilização na importação da carne brasileira, principalmente depois dela aceitar as carnes certificadas antes de 4 de setembro. Um bom sinal de que o fim do embargo bate à porta.

(Vandré Dubiela/Sou Agro, com agências)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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