SOJA: quebra na América do Sul gera temor
#souagro | Temor: o mercado internacional começa a tomar ciência das perdas na safra de soja da América do Sul e da dimensão da quebra, principalmente nos estados produtores do Brasil. A projeção de safra da Conab e do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu substancialmente.
O relatório do USDA de janeiro já mostrava queda de 144 milhões de toneladas para 139 milhões de toneladas. O mais recente adido do escritório do USDA no Brasil atualizou esses números há poucos dias, para 136 milhões de toneladas. Porém, a produção brasileira deverá ficar abaixo dos 130 milhões de toneladas. A avaliação é de Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste, de Cascavel, no oeste do Paraná.
No ano passado, a produção de soja foi de 137 milhões de toneladas. Esse ano, será abaixo inclusive de dois anos atrás, quando a produção atingiu 128 milhões de toneladas de soja no Brasil. “A quebra será de 20 milhões de toneladas, diante dos relatos de perdas no Rio Grande do Sul, um pouco em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul e forte no Paraná”, comenta Motter. Se colocarmos na lista ainda o Paraguai, com quebra de mais três toneladas e Argentina, com perda de oito toneladas de soja, as perdas na América do Sul será de 30 toneladas de soja. “Como impacto, haverá uma retração do produtor brasileiro em vendas, poucos negócios e aumento na demanda pelo produtor norte-americano”.
- Milho: quebra na safra coloca mais pressão sobre os preços
- Café: EUA e Alemanha, nossos principais compradores
Essa situação gera elevação dos preços internacionais na Bolsa de Chicago. “Os estoques finais devem ficar abaixo de 80 milhões de toneladas, refletindo nos preços”. Para Motter, a tendência é do mercado se firmar e buscar novos patamares na medida que essa situação de quebra vá se confirmando.
O consumo no mundo oscila entre 375 milhões e 378 milhões de toneladas de soja. “Esse consumo, apesar de o preço subir, não vai mudar muito, “Então a perspectiva é de cair os estoque no mundo, com previsão de 95 milhões de toneladas.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)