Sobe para 6 o número de casos de raiva bovina
#souagro | Mais dois casos de raiva bovina foram confirmados nesta sexta-feira (7), pela unidade da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), em Cascavel. Agora são seis no total. Os primeiros quatro casos foram divulgados na quinta-feira, conforme comunicado emitido pela Adapar e repercutido como alerta pelo Sindicato Rural de Cascavel. No ano passado, mais especificamente no primeiro semestre, a Adapar registrou 12 casos de raiva bovina em Cascavel, depois de 10 anos sem nenhuma notificação neste sentido.
Os primeiros casos de 2022 estão concentrados no distrito de São João, pertencente a Cascavel. Ao perceber qualquer sintoma neurológico no animal, o pecuarista deve imediatamente manter contato com a unidade da Adapar de sua respectiva cidade. Além disso, ao descobrir abrigos de morcegos hematófagos, precisa proceder da mesma maneira e notificar as autoridades competentes. “O melhor caminho para a prevenção é a vacinação”, orienta a a médica veterinária da Adapar, Luciana Ribodi.
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Os casos de raiva bovina em Cascavel podem subir para 7 no início da próxima semana. Uma nova coleta de material foi feita em uma propriedade no mesmo distrito e o resultado deverá ser divulgado entre terça e quarta. Agora, são seis animais infectados confirmados e destes, são cinco focos existentes, uma vez que dois animais são de uma mesma propriedade.
A Adapar enviou um comunicado para todos os produtores de animais da área de abrangência da unidade em Cascavel. Segue o o que diz o comunicado:
A raiva é uma doença grave e fatal que ataca os animais mamíferos, inclusive os seres humanos. A forma mais comum de transmissão é através da mordedura de morcegos contaminados com o vírus.
Orientamos o produtor rural sobre os focos de raiva no distrito de São João e Colônia Barreiro. Pedimos a observação de sinais clínicos sugestivos em animais de sua propriedade, em especial os bovinos, equídeos, ovinos, caprinos e suínos. Sendo os sinais mais frequentes: dificuldade de locomoção; andar cambaleante; incoordenação; paralisia e morte.
Solicitamos observação de mordedura de morcegos em animais da propriedade.
Frente a animais com sinais nervosos, entrar em contato com a Adapar imediatamente pelos telefones (45) 21014955; 21014961 ou 21014968 ou pessoalmente no escritório local, em novo endereço: Avenida Brasil, 2040, esquina com a Rocha Pombo.
A raiva em animais herbívoros é uma das preocupações constantes dos pecuaristas da região Oeste do Paraná. Com o Parque Nacional do Iguaçu como reservatório da doença, volte e meia casos acometem os rebanhos de bovinos, equinos e ovinos dos municípios ao entorno e também dos mais afastados. Transmitida principalmente pela espécie de morcego hematófago (se alimenta de sangue) Desmodus rotundus, a zoonose (que também passa para humanos) precisa ser dada atenção.
A raiva é causada por um vírus e pode ser adquirida por todos os mamíferos. O morcego geralmente ataca animais em locais abertos, devido à facilidade. Eles mordem a presa e sugam o sangue. Se o animal não está imunizado, ele é contaminado com o vírus, que possui um período de incubação bastante variável. “Nos morcegos, por exemplo, pode demorar até 250 dias até aparecer os primeiros sinais. Nos bovinos, pode variar de 30 a 90 dias. Nos homens, de 20 a 60. Após a manifestação dos sintomas, aí não há mais o que fazer”, explicou a médica.
Os sinais compatíveis com suspeita de raiva nos herbívoros são o isolamento, perda de apetite, salivação abundante, perda de equilíbrio e consequentes quedas, opistótono (estiramento do pescoço), entre outras. “É importante destacar que a raiva nos herbívoros é a paralítica e não a raiva furiosa, como nos cães. Quando um médico veterinário identifica animais com sintomatologia de doenças nervosas, ele precisa informar obrigatoriamente a Adapar. Nós fazemos a coleta e enviamos ao laboratório o material para confirmar”, disse. “Infelizmente confirmamos esse caso na Colônia Barreiros, em Cascavel”, disse.
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A prevenção em humanos é a vacinação e, após a mordida e durante o período de incubação, é possível tratar com soro. Os médicos veterinários e produtores que podem ter contato com os animais, precisam sempre estar também imunizados. Os animais contaminados após o óbito devem ser enterrados em covas fundas, minimizando assim os riscos de transmissão.
A imunização através do uso de vacina é a forma de previnir os rebanhos contra esta enfermidade. “Destacamos a importância do custo da vacina em relação ao custo dos animais e o custo benefício no investimento na prevenção da raiva. Também é importante informar que a vacina antirrábica é elaborada com diluente aquoso e, portanto não provoca abcessos nem febre nos animais desde que administrada sob condições adequadas de higiene”, declarou Luciana Riboldi, médica veterinária da Adapar.
(Vandré Dubiela/Sou Agro, com Adapar e Sindicato Rural)