Sem estímulo, 66 mil famílias do PR abandonaram o campo em 10 anos
#souagro | O que fazer para suprir a carência nutricional da população do planeta em 2050, quando seremos 9 bilhões de habitantes. Hoje, os principais polos de produção de alimentos no mundo tentam atender a 7 bilhões e 880 milhões de pessoas no mundo. Entretanto, o desafio não está apenas em garantir alimentos a todos, mas sim, com segurança e elevados índices nutricionais.
Durante o 1º Fórum da Agricultura Familiar, realizado na sede da AREAC (Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel), isso e muito mais foram debatidos por especialistas e por quem entende mais do assunto: os próprios agricultores familiares. Você sabia que 80% do alimento existente no mundo é proveniente da agricultura familiar? Que no Brasil, existem quatro milhões de pequenas propriedades com viés voltada a produção rural familiar. Deste total, 50% estão concentrados no Nordeste e 20% no Sul do Brasil. Esses dados foram apresentados durante o pronunciamento do secretário da Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak. “Precisamos criar estratégias para fixar o homem no campo”, disse. Por dia, a fome é responsável pela morte de 17 mil pessoas no planeta, cinco mil mortes a mais do que o câncer provoca.
Por sua vez, o presidente do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural), Natalino Avance de Souza, revelou que na última década, 66 mil famílias abandonaram o campo para viver de outras atividades. Isso ocorre por uma série de fatores, principalmente por conta da falta de estímulo e de políticas capazes de atender esses produtores no campo.
Compra Direta Paraná
A chefe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento), Márcia Cristina Solarski, relata que no ano passado, por conta do aumento da insegurança alimentar e nutricional, surgia a necessidade de dar vazão a um programa, o Compra Direta Paraná, voltado a adquirir gêneros da agricultura familiar.
No ano passado, a aquisição foi emergencial. Para esse ano, tornou-se uma política pública, com a publicação de um decreto, fazendo com que ele seja contínuo. “Com R$ 27 milhões viabilizados neste ano, conseguimos atender 1.100 entidades em todo o Estado e beneficiar 500 mil pessoas por dia”, comenta Márcia.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)