Seca e frio elevam custo no campo e o preço do leite nas gôndolas
#souagro | O brasileiro é apaixonado por leite, constituindo-se como um dos maiores consumidores do produto em nível mundial. A estimativa de consumo per capita é de 57 litros/ano ou 4,8 litros mês. Entretanto, será preciso pensar em alternativas para substituir o leite por outras bebidas quentes para enfrentar o frio, pelo menos nos próximos meses.
As geadas registradas nos últimos dias afetaram a já comprometida produção de silagem e os reflexos serão sentidos nas próximas duas semanas nas prateleiras dos supermercados e nas feiras. O litro do leite longa vida, hoje oscilando entre R$ 3,50 a R$ 4,20, deverá ter um acréscimo estimado em seu valor de pelo menos 20%.
Para José Manoel Mendonça, da B&M Consultoria, ainda é muito cedo para mensurar com precisão os estragos causados pelas geadas no Paraná, mas uma coisa é certa, o preço da saca do milho já subiu. “O mercado vinha em uma retração, com a saca chegando a R$ 75 e agora voltou para o patamar de R$ 98 para as próximas compras, esse é um dos reflexos imediatos dos efeitos gerados pelas intempéries climáticas”.
José Manoel comenta que muitos produtores já correram produzir silagem, pois caso isso não seja feita em até três dias após a ocorrência, a perda de qualidade é certa. “Já existe uma quebra natural ocasionada pela seca registrada nos últimos meses e a torcida era para que a geada não viesse de maneira tão intensa, e não foi o que aconteceu”, cita o consultor. “A geada foi tão forte que nem mesmo culturas de inverno, mais resistentes, como aveia, suportaram e sucumbiram”.
Essa silagem já deveria ter sido colhida no mês de maio, mas o atraso na época do plantio, ocasionado pelo reflexo no também atraso no plantio da soja, obrigou os produtores a esperar para colher a silagem. Em suma, agora o produtor terá pela frente o custo dos insumos mais alto e a produtividade baixa. Em relação à silagem, a alternativa seria de potencializar com nutrientes, mas o custo de produção elevaria em níveis ainda maiores.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)