Riscos a saúde: IAT alerta sobre perigo do tráfico de animais
#souagro| Aves apreendidas foram diagnosticadas com salmonelose, doença conhecida como salmonella, que pode ser transmissível para outros animais e humanos. Com isso o IAT (Instituto Água e Terra) do Paraná, faz um alerta sobre os riscos que o tráfico de animais podem causar a saúde.
ASSISTA O VÍDEO COM O ALERTA:
A confirmação foi feita nesta terça-feira (30) pelo o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Campos Gerais, instituição parceira IAT. Os testes foram feitos em aves psitacídeos (papagaio-verdadeiro e periquito-rico) apreendidos durante uma fiscalização na BR-373, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. No mês passado, 104 aves chegaram na unidade, mas metade morreu e alguns apresentaram sinais clínicos suspeitos de zoonoses.
Segundo o biólogo do setor de Fauna do IAT, Allyfer Ziemmer em entrevista ao portal Sou Agro, o tráfico de animais é um assunto que causa muita preocupação:” O tráfico de animais silvestres, além de ser uma problemática ambiental, ela é uma problemática de saúde pública. Isso é porque muitos animais são submetidos a situações de maus-tratos onde eles ficam em contato direto com as fezes e alimentos em decomposição e isso se torna um ambiente favorável para surgimento e desenvolvimento de vírus e bactérias. Por isso, o risco de adquirir um animal de origem do tráfico é muito grande, pois eles podem ter sido contaminados e não passaram por nenhuma avaliação antes da comercialização.”
O pedido do Instituto é que toda população colabore no combate ao tráfico para evitar todos os riscos que podem ser causados pela prática criminosa: “Nós do IAT convocamos toda a população para nos auxiliar no combate ao tráfico de animais silvestres, ela que é a terceira maior atividade irregular no mundo, perdendo apenas para o tráfico de arma e drogas. Combatendo o tráfico de animais, além de preservar o meio ambiente, preservamos também a nossa saúde. Contamos com vocês”, finaliza Allyfer.
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A doença encontrada nas aves
A salmonella é uma bactéria que causa intoxicação alimentar e em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte. Os principais sintomas são de uma doença transmitida por alimentos, como vômito, dores abdominais, febre e diarreia, que geralmente duram alguns dias e diminuem em uma semana.
De acordo com o médico veterinário responsável pelo Cetas, a salmonelose é altamente contagiosa e, para os psitacídeos, pode ser letal pois os animais são sensíveis à contaminação. Os sintomas observados nos animais que positivaram para a doença foram apatia, anorexia, asas caídas, perda de peso, deformidade de bico e de penas e morte. Os animais estão em tratamento e mantidos em local isolado. A manifestação da doença segue em monitoramento.
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Tráfico de animais é crime
O tráfico de animais silvestres, além de caracterizar maus-tratos e comprometer toda a biodiversidade, é uma fonte de disseminação de doenças devido as péssimas condições de confinamento, higiene e de cuidados sanitários apropriados com os animais.
No Paraná, o controle e a fiscalização de animais silvestres são feitos pelo IAT e pela Polícia Militar Ambiental-Força Verde. As denúncias do tráfico e comercialização ilegal de animais podem ser feitas anonimamente, pelos canais de denúncias 180 (do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde), ou o escritório regional do IAT mais próximo.
Os crimes contra animais silvestres são descritos no artigo 24 do Decreto Federal nº 6.514/2008. É crime matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. As penas variam entre detenção de seis meses a um ano, além de multa.
(Débora Damasceno/ Sou Agro com AEN)