Projeto cria materiais biodegradáveis para agricultura
Um projeto da Universidade Estadual de Londrina (UEL) elaborado por professores de três Centros de Estudos e que tem foco na transformação de resíduos da agroindústria em insumos para a agricultura foi contemplado com edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Foram repassados R$ 1.960.128 sob gestão da Fundação de Apoio à UEL (Fauel).
O projeto “Transformar resíduos da agroindústria em bioinsumos inteligentes: materiais biodegradáveis avançados para sistemas agroflorestais sustentáveis” reúne pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas (CCB), Centro de Ciências Exatas (CCE) e Centro Ciências Agrárias (CCA) para a criação de insumos sustentáveis para contribuir com a produção agrícola.
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O projeto foi contemplado na Linha Temática Meio Ambiente, na chamada pública Materiais Avançados e Minerais Estratégicos, lançada em 2020. Ele ficou em segundo lugar, em todo o Brasil, na Média de Avaliação por Mérito, com nota 4,94 de 5,00.
Em primeiro lugar, com nota máxima, ficou a pesquisa “Tecnologia de produção de placas balísticas de cerâmicas avançadas à base de SIC”, proposta pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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MATERIAIS BIODEGRADÁVEIS
Segundo o professor colaborador do projeto André Luiz de Oliveira, do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia, o grupo conseguiu substituir materiais industriais, como o plástico, por biodegradáveis. Um dos exemplos é um tubete, criado a partir de amido, bagaço de cana e ácido polilático, que substitui o tubete de plástico comumente usado no agronegócio.
“Esse produto que desenvolvemos, em contato com o solo, entra em decomposição. Os materiais usados colaboram para o desenvolvimento da muda depois”, explicou.
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Para a professora Suzana Mali de Oliveira, do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia, o fato de o Brasil ser um grande player do agronegócio mundial aumenta a importância da utilização desses materiais em larga escala. “Muitos insumos agrícolas não são biodegradáveis. É possível produzir insumos biodegradáveis em larga escala, como o tubete, que custa em torno de R$ 0,12 por unidade. Em larga escala, esse valor cai ainda mais”, comentou.
INVESTIMENTOS
De acordo com o professor coordenador do projeto, Fábio Yamashita, do Departamento de Ciências de Alimentos (CCA), o montante de R$ 1.960.128 já foi totalmente revertido para a compra de equipamentos que serão utilizados na pesquisa. Dentre a lista de materiais, estão R$ 400 mil em insumos (reagentes e matérias-primas para análise), uma extrusora no valor de R$ 87 mil e uma extrusora de rosca dupla paralela, no valor de R$ 437 mil.
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“São equipamentos fundamentais para o desenvolvimento do projeto e, também, para os cursos de graduação, pois vão fazer parte dos nossos laboratórios”, comentou Yamashita.
EXCELÊNCIA
O diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG), Eduardo Araújo, ressalta que o projeto foi escolhido, junto de outra proposta na linha da Saúde, para participar do edital por uma prospecção ativa da Pró-Reitoria. “Contou bastante para a média final, e o sucesso do projeto, o fato de os três pesquisadores, Yamashita, Suzana e André, trabalharem juntos há muitos anos, terem uma boa produção científica conjunta e solo”, afirmou.
A UEL, ainda segundo o diretor de Pesquisa, é presença constante nos editais da Finep. “Sempre conseguimos alguma colocação nesses editais, muito devido a uma vocação da Universidade para a pesquisa nessas áreas”.
(FONTE: Agência de notícias do Paraná)