#souagro | Produtores de leite da região Sul, mais especificamente de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estão preocupados com a redução do preço pago ao produtor por parte dos laticínios. Em alguns casos, a redução chega a R$ 0,20. Para boa parte dos pequenos produtores de leite, essa é a principal fonte de renda familiar. Essa queda no preço ao produtor preocupa, justo em um cenário já complicado por conta dos elevados custos de produção.

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O consultor em bovinocultura de leite, engenheiro agrônomo José Manuel Mendonça, da B&M Consultoria, confirma esse cenário de redução de preços pagos ao produtor por parte da indústria, fato contestado por ele. “Temos observado essa perspectiva de intenção de baixar os preços, mas não vejo motivo para reduzir tanto”, comenta. Segundo ele, é normal nessa época do ano baixar “alguma coisa”. Se observar o cenário histórico nessa época do ano, mais propriamente nos últimos 15, 20 anos, quando chega o pico de verão e a entrada das férias – o que não ocorreu -, existe uma tendência de baixar um pouco, em função da mudança de hábito do consumidor.

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O anúncio de crise tem retraído a demanda, deixando o consumidor preocupado. “Por outro lado, há um custo de produção alto, agravado pelas cotações da soja e do milho, sem muita perspectiva de baixar”, comenta José Manuel. O milho baixou um pouco, mas o projeto ainda não consegue perceber esse reflexo no bolso. “Ele (produtor) ainda está pagando pelo milho que vai consumir agora, pagando caríssimo na ração e isso refletirá com certeza”.

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O preço do leite no supermercado não caiu na proporção em que os laticínios estão anunciando a baixa. “Algumas promoções têm surgido, até exageradas, mas no geral, os preços não baixaram ainda o que justifique reduzir o preço pago ao produtor entre R$ 0,15 e R$ 0,20 o litro”. Se isso se concretizar, continua o especialista, o próprio laticínio sofrerá consequências, porque faltará leite no mercado, respingando no consumidor. “A falta de leite no mercado vai jogar o preço para cima e a lei da oferta e da procura é irrevogável”.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

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