Orgânicos: muito além da agricultura familiar

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

Muito além da agricultura familiar. Assim podemos descrever o avanço da produção de orgânicos em larga escala, que vem sendo desenvolvida e testada por pesquisadores e produtores brasileiros. O assunto é um dos temas principais do 8º Fórum Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais, a ser realizado pelo Ibrafe (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses), em Cuiabá (MT), entre 11 e 14 de abril.

Os orgânicos, cultivados de maneira sustentável na agricultura orgânica ou biológica, são livres de adubos químicos, aditivos sintéticos, hormônios e agrotóxicos, e enriquecem o cardápio. Segundo a Organis (Associação de Promoção dos Orgânicos), em 2020, a venda de produtos orgânicos teve crescimento de mais de 50% no Brasil, que vem se consolidando como um grande produtor e exportador de alimentos deste tipo.

A Rizoma Agro, empresa especializada no desenvolvimento da agricultura regenerativa e orgânica, vem desenvolvendo formas de potencializar a produção de alimentos orgânicos no Brasil nos últimos quatro anos. Segundo a P&D da Rizoma Agro, Ana Clara Rocha, o horizonte para esse tipo de produção é o melhor possível.

“No começo da produção orgânica era tudo muito difícil e limitado em termos de tecnologia de produção e conhecimento. No entanto, com o aumento da disponibilidade de tecnologias, já é possível mapear e prever problemas pontuais e se antever em relação a problemas potenciais. Opções de produtos biológicos, diferentes tipos de adubos (nutrição) e número de ferramentas têm se expandido. Ainda existem limitações, mas o setor tem sinalizado positivamente que a demanda existe e a oferta está aumentando aos poucos com o uso de tecnologias e novos estudos”, declarou Ana Clara.

 

 

Ela destaca ainda que antes a agricultura orgânica era muito ligada a agricultura familiar porque dependia muito de mão de obra. Grandes produtores não costumam ter número de funcionários em escala. Com a mecanização das operações dentro do orgânico, essa adesão por parte dos produtores maiores está se tornando cada vez mais comum.

“Até mesmo o controle de plantas daninhas, que é uma das maiores dificuldades dentro do sistema orgânico de produção em termos de escala, passa a não ser um desafio como outrora. Existem outras tecnologias para fazer um controle automatizado”, reforça Ana Clara.

O sócio do grupo AGRISAN, Adrianus Gerardus Sanders, aderiu a produção orgânica de Feijão e milho e vem obtendo bons resultados, com a produção média de 40 sacos de Feijão por hectare plantado e 180 de milho, com a certificação Ecocert ou IBD.

Ele alega que o mercado está em desenvolvimento e o PIB per capita tem influência direta na demanda por produtos orgânicos, que são comercializados com valores entre 30 e 40% a mais do que o convencional.

“Minha principal motivação é fazer parte de uma agricultura rentável, sustentável e próspera, alinhada com as necessidades e anseios do planeta”, afirmou Adrianus.

As inscrições podem ser feitas pelo site https://forumdofeijao.com.br/. Neste endereço, o participante também acompanha todas as atualizações sobre a programação do evento.

Além do encontro presencial, algumas palestras também serão transmitidas online para os inscritos.

(Ibrafe)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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