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O que a chuva representa nas lavouras do Paraná?

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| O assunto mais falado aqui no portal Sou Agro nos últimos meses tem sido a seca. A longa estiagem tem deixado muitos prejuízos em toda região sul do Brasil, mas hoje o assunto é outro: a chuva, sim a chuva.

Ela tem chegado nos últimos dias, em alguns lugares de mansinho, em outros veio com toda força. Mas a questão aqui é a seguinte: no momento atual das lavouras o que a chegada dessa chuva representa? A resposta, buscamos com um especialista. O meteorologista Reginaldo Ferreira faz uma retrospectiva dos últimos meses, antes de explicar a análise do cenário atual falando mais da região de Cascavel, oeste paranaense.

 

RETROSPECTIVA ÚLTIMOS MESES

“Ano passado, a gente teve em janeiro 450 milímetros em média de modo geral, muita chuva. Depois, em fevereiro, a gente teve praticamente 20 milímetros. Depois quando foi em março, basicamente 80. E depois das chuvas, praticamente, não vieram. A gente ficou seis meses praticamente sem chuva. A gente ficou março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro sem chuva. Prejuízo enorme, foi muito ruim pro produtor de modo geral, produtor, né? Tanto de cultura de verão, de safrinha, né? Como cultura de inverno. Quando chegou no mês de outubro a gente teve 550 milímetros de água, um dilúvio muito mais água, dobrou a quantidade de chuva que acontece normalmente no mês. O que foi muito bom e que é exatamente o período que as pessoas tem de janela para o plantio. As pessoas plantaram com a terra úmida, a soja, um pouquinho de milho e feijão. Só que em  novembro pra essas plantas começarem a crescer e desenvolver praticamente não teve chuva, a chuva foi muito pequena a gente ainda teve um pouquinho de chuva no começo de novembro mas depois da metade do novembro em diante praticamente não tivemos chuva. Não tivemos chuva em novembro, nem dezembro, nem janeiro. Isso foi ruim porque a cultura começa a crescer e ela começa então a chegar no período reprodutivo do florescimento e de enchimento de grão e foi nesse período que precisava de água e que a gente não teve água. A gente teve água pra nascer, a gente teve um pouquinho de água pra crescer e a gente não teve água na realidade pra ela florescer e pra ela encher os grãos. E aí então esse prejuízo enorme na região sul aí de modo geral com a soja, com milho e com e com o feijão”

 

A CHUVA EM JANEIRO DE 2022

No mês que acabou de terminar, janeiro, uma frente fria trouxe muita chuva ao Paraná. Agora sim podemos explicar o que ela significa para o produtor paranaense: “ Na realidade não esperava que a gente tivesse tanta chuva, mas veio uma massa de ar frio e rompeu esse bloqueio atmosférico e aí despejou essa quantidade de água muito grande. Se nós tivéssemos essa quantidade de água mais distribuída nos meses anteriores, a gente teria uma colheita muito farta, muito grande.”

 

REFLEXOS PARA QUEM ESTÁ COLHENDO

Essa chuva que caiu agora nos últimos dias no Paraná, claramente não veio em um bom momento para o produtor que está fazendo a colheita. Há risco inclusive de perdas maiores com o que ainda está para ser colhido: “Como é que você vai colher úmido? E se já está tudo perdido e umedece, você tem a possibilidade de estragar mais ainda o que tem para colher. Na realidade o prejuízo já está grande e isso emenda, aumentando um pouquinho mais o prejuízo, mas realmente atrapalha muito a colheita”, explica Reginaldo.

 

REFLEXOS PARA QUEM ESTÁ PLANTANDO

A chegada da chuva ajuda mais quem está fazendo o plantio, mas ainda existem muitas dúvidas se essa umidade vai continuar no Paraná para continuar ajudando a evolução das lavouras: “ Essa chuva, ela facilita na realidade pra quem pra quem já plantou e pra quem quer plantar, porque agora o solo está um pouco mais úmido. Resta saber se essa umidade ela tende a continuar e se ela vai vir agora com um pouquinho mais de frequência. Como a gente está no período de La Niña, normalmente as chuvas são abaixo da quantidade normal. Agora o mês de janeiro, por exemplo, foi praticamente acima, mas abaixo da normalidade. É que a normalidade é uma melhor distribuição. A gente teve chuva? Teve, mas uma grande quantidade em um período muito curto e isso para lavoura não é muito útil não, mas ajuda. Agora para preenchimentos de reservatórios de água, sim aí ela é útil. Aí você tem o reservatório com a quantidade de água maior, principalmente os rios e os lagos”, finaliza o meteorologista Reginaldo.

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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