Será que os drones substituirão a aviação agrícola?

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

O Portal Sou Agro foi em busca de respostas. A aviação agrícola cresce, mas a tecnologia impulsiona os drones, com equipamentos cada vez maiores, garantindo uma ampliação gradativa da capacidade e também da autonomia de voo.

Segundo o Sindicato  Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), foi a partir de 2010 que o Brasil viu nascer a frota de drones agrícolas. Hoje o Sistema de Aeronaves Não-Tripuladas (Sistant), da Anac, aponta que o Brasil tem cerca de 6,2 mil drones agrícolas cadastrados.

Agricultura de precisão pode aumentar produtividade

O País tem a segunda maior frota aeroagrícola no mundo,com mais de 2,6 mil aeronaves, atrás apenas dos Estados Unidos.

O diretor comercial da empresa Tangará Aviação Agrícola e vice-presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva, ao observar o cenário é firme em dizer que não há uma disputa, e sim uma sinergia, em que um complementa o trabalho do outro. A pergunta lançada a ele foi: Quem leva vantagem? “São os melhores amigos. O drone, hoje no meu modo de ver, surge para complementar a aviação agrícola. Em alguns pontos o drone é mais eficiente.Em outros o avião fica na vantagem. Não adianta você pegar um Airbus 380 de 500 passageiros e tentar fazer a ponte aérea em São Paulo. Não vai funcionar. Da mesma forma que não adianta pegar uma aeronave de pequeno porte, um ATR e fazer São Paulo ou Paris, também não vai funcionar. Então cada um tem a sua função e ambos se complementam”.

O que cabe ao avião e qual é a missão do drone?

Cada um tem uma função quando o assunto é a atuação nas lavouras.  O drone tem assumido a função sobre pulverizações de pequenas áreas, áreas de “buffer zone, onde o avião não irá trabalhar porque existe algum tipo de restrição. “Já a aeronave vem complementando o serviço maior, de grande volume. Isso porque em áreas extensas precisaria de muitos equipamentos de drone menores para fazer um serviço que talvez uma única aeronave daria conta. Isso economiza tempo e economiza gente”.

Há escassez de mão-de-0bra na aviação agrícola. A formação de pilotos vem sendo deficitária porque tem muita aeronave nova entrando no País. São cerca de 120 por ano com a formação de apenas 70 pilotos por ano.

O desafio é motivar pessoas que queiram trabalhar nesta atividade que é altamente rentável, altamente tecnológica, mas que exige muita qualificação. “Isso demanda tempo e recursos para entrar nessa área concorrida no Brasil. Para entrar como piloto agrícola precisa ser primeiramente um piloto comercial. Quem é agrônomo por formação pode fazer um curso específico de coordenador de aviação agrícola para atuar como responsável técnico. Se for técnico agrícola o curso indicado é técnico executor para atuação na área”, observa o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle.

E na hora do investimento?

O drone demanda um investimento menor, porém, como a produtividade dele também é menor,  o custo por hectare acaba sendo um pouco mais alto que na aeronave.

“A aeronave tem um custo elevado para a aquisição do equipamento, e tem uma produtividade muito alta. Assim, o custo por hectare fica um pouco menor”.

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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