Resgate de anta de 200 kg que caiu em poço leva mais de 6 horas

Uma operação de resgate delicada e complexa foi realizada na Reserva Biológica de Sooretama, no Norte do Espírito Santo, para salvar uma anta de aproximadamente 200 kg que caiu em um poço artesanal. A ação, que durou cerca de seis horas, envolveu uma equipe de mais de dez profissionais, incluindo veterinários, agentes ambientais e o uso de um guindaste, para garantir a segurança do maior mamífero terrestre da América do Sul.
O incidente aconteceu após uma denúncia recebida pela equipe da reserva, que foi acionada por uma funcionária de uma propriedade local. Inicialmente, acreditava-se que uma onça tinha caído no poço, mas ao chegar ao local, os profissionais se depararam com uma anta, um animal que pode atingir até 300 kg e que, neste caso, apresentava ferimentos e sangramento devido ao esforço para escapar do espaço restrito.
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O poço, com cerca de dois metros de profundidade, era utilizado como reservatório na propriedade. Como o animal era muito grande para ser manipulado por centros de reabilitação, a equipe optou por levá-lo até a sede da reserva, onde foi acompanhado por veterinários e posteriormente solto na mesma noite. Para garantir sua segurança, o animal foi monitorado por câmeras instaladas na região.
Resgate cuidadoso
De acordo com a agente ambiental responsável, a operação exigiu uma abordagem cuidadosa para evitar o estresse excessivo ao animal, que poderia ser fatal. “Tivemos que buscar duas veterinárias de São Mateus para prestar apoio, pois o animal estava muito agitado e estressado. Elas entraram no poço, aplicaram tranquilizantes na boca e na lombar, o que foi fundamental para sedá-lo e retirá-lo com segurança”, explicou.
A equipe utilizou uma retroescavadeira da prefeitura para ajudar na operação de içamento, além de uma caminhonete para transportar a anta até a sede da reserva. Durante o procedimento, o animal foi medicado e recebeu cuidados para evitar complicações decorrentes do estresse e dos ferimentos.
Monitoramento e preservação
Após a retirada, a anta foi solta na área próxima ao local onde caiu, e o monitoramento visual será realizado por câmeras instaladas na região. Segundo os especialistas, a hipótese mais provável é que o animal estivesse pastando quando caiu no poço, que tinha uma tampa de caixa d’água que não suportou seu peso.
“Ele tentou sair, se debatia e gastou as unhas tentando escapar. Foi uma cena muito triste, meu coração ficou partido ao ver o sofrimento do animal”, relatou uma das veterinárias envolvidas na operação.
A equipe destacou a importância de ações de conservação e monitoramento das antas na Mata Atlântica Capixaba, por meio do Programa de Monitoramento e Conservação das Antas na Mata Atlântica Capixaba (Pró-Tapir). Como não há espaço em centros de reabilitação capazes de receber animais de grande porte como essa anta, o monitoramento contínuo será fundamental para garantir sua sobrevivência e bem-estar.
Este resgate reforça a necessidade de cuidados e atenção às áreas rurais e às propriedades próximas a reservas
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