Porco Moura: sinônimo de maciez e suculência

Fernanda Toigo

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Foto: Projeto Porco Moura/UFPR

O Paraná consolidou-se como o segundo maior produtor de suínos do Brasil em 2024, com uma produção de 12,4 milhões de porcos, representando 21,5% da suinocultura nacional. Além da relevância industrial, o Estado tem se destacado na criação da raça Moura, nativa e conhecida por sua carne de qualidade, que se assemelha aos melhores cortes bovinos.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) desempenha um papel essencial com o Projeto Porco Moura, criado em 1985, descontinuado no início dos anos 2000, e retomado em 2014, garantindo o resgate da raça e sua importância histórica. Atualmente, o Paraná concentra 74% da produção brasileira de porcos Moura, que somam cerca de 2.600 exemplares distribuídos em 21 municípios.

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A raça Moura possui uma trajetória rica, com origem ligada às missões jesuíticas espanholas na América. Historicamente, sua banha foi utilizada como combustível no período anterior à industrialização. Porém, mudanças no mercado, como o foco na produção de carne e a chegada da peste suína africana, reduziram drasticamente sua presença.

O tempo de engorda do Moura, que pode ultrapassar 300 dias, e os altos custos de produção são desafios que diferenciam essa raça dos porcos industriais. Contudo, sua carne, com marmoreio acentuado e sabor único, tem conquistado espaço em restaurantes, mercados e charcutarias gourmet.

A busca pelo selo de Indicação Geográfica (IG) pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI, desde 2018) é uma estratégia dos produtores para valorizar a raça Moura. Além disso, iniciativas legislativas e normas de biosseguridade têm sido implementadas pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) para fortalecer a produção em sistemas de campo aberto.

Em 2024, o Moura foi declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Genético do Paraná, reforçando seu papel na identidade e economia do Estado. O futuro aponta para a criação de novos mercados e a valorização de raças não industriais, à exemplo da produção de alto valor agregado na Espanha.

(Com AEN/PR)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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