Com crédito, tecnologia e capacitação, Estado garante apoio às mulheres do campo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: IDR

As ações de valorização da mulher rural ganharam força no Governo do Paraná nos últimos anos. Capacitação, crédito, fomento, orientação e incentivo ao desenvolvimento pessoal e coletivo das agricultoras permeiam as políticas públicas do Estado voltadas ao setor. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR Paraná), como órgão oficial de assistência técnica e extensão rural, leva às mulheres orientações nas diferentes cadeias produtivas, visando profissionalizar esse público na gestão da propriedade e na atividade produtiva.

Essas ações incluem desde orientações a respeito do manejo dos solos, tecnologias de produção e acesso a mercados, o que atendem ao anseio e reivindicação das mulheres rurais. De acordo com o Censo Agropecuário 2017 (o último divulgado), 13% dos estabelecimentos agropecuários do Paraná são comandados por mulheres. “A mulher tem uma força no agro que ela mesma desconhece. Atuamos para fortalecer o trabalho feminino na agricultura”, afirma Richard Golba, diretor-presidente do IDR Paraná.

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Em 2024, o IDR-Paraná assistiu 1.569 mulheres através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), investindo R$ 99.132.242 em empreendimentos rurais para promover o desenvolvimento econômico, social e a igualdade de gênero no meio rural. Além do crédito, o IDR-Paraná se empenha em incluir mulheres em seus programas de assistência técnica e cidadania.

O programa Nossa Gente Paraná – Renda Agricultor Familiar, em parceria com as secretarias estaduais do Desenvolvimento Social e Família (Sedef) e da Agricultura e Abastecimento (Seab), já atendeu 8.208 famílias (86% lideradas por mulheres) desde 2015, oferecendo assistência técnica e extensão rural. Outra modalidade, o Inclusão Produtiva Solidária, investe em projetos produtivos coletivos, beneficiando 218 famílias (92% lideradas por mulheres) até fevereiro de 2023.

PRODUÇÃO E AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS

Outra frente de trabalho que beneficia as mulheres é o programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, executado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

O objetivo é prestar assistência técnica e extensão rural especializada às famílias em extrema vulnerabilidade e transferir recursos diretamente às famílias beneficiárias. O valor é aplicado em atividades de produção de alimentos para o autoconsumo e geração de renda. Desde 2017, quando foi implantado, o projeto já financiou 1.954 projetos, dos quais 81% são liderados por mulheres.

Em 2022 o IDR-Paraná passou a executar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade Doação Simultânea. Parceria entre o Estado e o governo federal, o programa adquire produtos da agricultura familiar e transfere para instituições beneficentes.

Em pouco mais de três anos, o programa já firmou contratos com 430 mulheres, que forneceram alimentos para 313 instituições. “Este programa é uma alternativa de mercado. Ele cria a oportunidade para agricultores que produzem em pequena escala. Além do mais, faz girar a economia local, tendo em vista o montante de recursos é liberado diretamente aos agricultores”, explica Miriam.

CAPACITAÇÃO

Os extensionistas do IDR-Paraná desenvolvem ações para promover a autoestima, autonomia, qualificação e habilidades das mulheres em empreendimentos coletivos. As mulheres são incluídas nos conselhos municipais para contribuírem com a elaboração de planos, projetos e políticas públicas.

“Também buscamos incluir as mulheres nas organizações da agricultura familiar, assessorando-as para a gestão organizacional e em processos coletivos de produção e comercialização”, acrescenta Miriam. Em 2024, as ações relacionadas ao associativismo, cooperativismo e sindicalismo rural promovidas pelo IDR-Paraná, envolveram 350 mulheres paranaenses.

Outro foco da atuação do Instituto é a sustentabilidade. Os extensionistas divulgam as políticas de proteção ambiental e a legislação vigente ligada diretamente a exploração da agricultura entre as mulheres que estão à frente das propriedades rurais. Esta ação inclui a implantação de sistemas de captação e armazenamento de água e de tratamento de dejetos no meio rural.

Há também educação ambiental com o objetivo de desenvolver conhecimentos, habilidades, atitudes e competências que contribuam para a participação cidadã na construção de sociedades sustentáveis. Consumo, recursos naturais, crise ambiental, efeito estufa, produção de lixo, coleta seletiva, reciclagem estão entre os temas discutidos com as produtoras. No ano passado, 97 mulheres rurais foram atendidas individualmente, ou em grupos, nessas atividades.

“Essas ações promovem a melhoria nas condições de vida da família rural com o acesso a programas e políticas públicas, melhoria nas condições de abastecimento de água, saneamento básico e outras relacionadas ao meio ambiente. Ainda orientamos as mulheres a respeito da educação alimentar, cuidados com a saúde, relacionamentos intra e interfamiliar, atitudes proativas de liderança e autonomia”, conclui.

(Com AEN/PR)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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