Alerta: previsão de chuva volumosa em Santa Catarina e São Paulo

A MetSul Meteorologia adverte que o risco de chuva forte a intensa não apenas prossegue no Leste e no Nordeste de Santa Catarina como se estende também ao litoral do estado do Paraná e pontos do Sul e do Leste do território de São Paulo.
Está em andamento um episódio de chuva orográfica (é um tipo de chuva que ocorre quando uma massa de ar úmida é forçada a subir por uma barreira geográfica, como uma montanha ou serra), com acumulados que precipitação que são extremamente altos desde o começo desta quinta-feira, dia 16, entre a Grande Florianópolis e o Litoral Norte de Santa Catarina.
De acordo com dados de estações meteorológicas da Epagri-Ciram, os acumulados de chuva até o começo da noite desta quinta-feira (20h) chegaram a 308 mm em Tijucas, 284 mm em Florianópolis (Santo Antônio de Lisboa), 138 mm em São José, 131 mm em Balneário Camboriú e 103 mm em São João Batista. Segue chovendo nesta noite de quinta e ainda durante a sexta-feira na Grande Florianópolis e no Nordeste de Santa Catarina, em particularmente na costa, com períodos de precipitações moderadas a fortes com pancadas localmente torrenciais.
Com isso, a tendência é de agravamento da situação já muito complicada e crítica, adverte a MetSul Meteorologia. Aos volumes já excessivos se soma mais horas de precipitação por momentos fortes a intensas. Com a manutenção da instabilidade e com o que já choveu, é crítico o risco de mais alagamentos, deslizamentos de terra e quedas de barreiras, especialmente na Grande Florianópolis e no Litoral Norte de Santa Catarina.
Além disso, a circulação marítima favorece a formação de nuvens carregadas que podem provocar chuva forte a intensa com temporais isolados no Leste catarinense da tarde para a noite.
O cenário de preocupação não se limita a Santa Catarina. Os dados dos modelos indicam que a chuva pode ser volumosa e localmente excessiva ainda no Leste do Paraná, mais na costa, e ainda no Sul e no Leste do estado de São Paulo, em particular no Litoral Sul e no Vale do Ribeira.
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A quantidade de chuva no Leste catarinense somente se explica por efeito de orografia, ou seja, pelo fluxo de umidade que vem do mar. A chuva orográfica é a precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa com camadas mais frias. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.
Em um exemplo bem didático. O que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho que tem uma superfície mais fria vai ficar embaçado (úmido) e molhado. Com a chuva orográfica ocorre o mesmo. O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar nesta barreira que são os morros sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva.
O vento soprando do mar para o continente, carregado de umidade e com a temperatura do Atlântico acima da média, acabou por favorecer a chuva orográfica com volumes localmente muito altos de precipitação.
Com Metsul