O farelo de mamona, apรณs ser destoxificado, apresenta um elevado teor de proteรญna bruta, cerca de 45%, superando o farelo de soja, que possui em torno de 35%. Alรฉm disso, seu custo mais baixo torna a opรงรฃo atraente para o setor pecuรกrio. Contudo, antes de ser usado na alimentaรงรฃo animal, o produto precisa passar por um processo industrial que elimina a ricina, uma substรขncia tรณxica presente na mamona.
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Testes anteriores com pequenos ruminantes jรก demonstraram a seguranรงa do uso do farelo de mamona destoxificado, mas monogรกstricos, como suรญnos e aves, nรฃo podem consumi-lo devido ร sua toxicidade. O estudo atual, parte da tese de doutorado da zootecnista Bruna Machado, foca na utilizaรงรฃo segura desse coproduto para bovinos de corte, tanto em sistemas de confinamento quanto em regime de pasto.
A pesquisa envolve a alimentaรงรฃo de 20 fรชmeas da raรงa Brangus, divididas em quatro grupos, cada um recebendo diferentes nรญveis de farelo de mamona em substituiรงรฃo ao farelo de soja: 10%, 20% e 30%, alรฉm de um grupo controle que nรฃo recebe mamona. A metodologia รฉ acompanhada por pesquisadores da UFSM e da Embrapa, utilizando tecnologias de monitoramento individual dos animais.
Outro aspecto promissor do estudo รฉ a possibilidade de o farelo de mamona ajudar a reduzir as emissรตes de metano entรฉrico pelos bovinos. A fermentaรงรฃo entรฉrica รฉ um dos principais responsรกveis pela emissรฃo desse gรกs, e dietas mais eficientes podem contribuir para que o Brasil atinja metas internacionais de reduรงรฃo de gases de efeito estufa.
A pesquisa coloca o Brasil em destaque no cenรกrio global, uma vez que outros grandes produtores de mamona, como รndia e China, ainda nรฃo utilizam o farelo de mamona em raรงรตes animais. A expectativa รฉ que os resultados da pesquisa promovam o uso desse coproduto de maneira segura, aumentando a sustentabilidade e competitividade da pecuรกria brasileira.
(Com Feagro)