Diante das condições climáticas com sol forte nas várias regiões do estado de Goiás, produzir sem perder as plantas, ou parte da produção, por causa do efeito do calor tornou-se um desafio. Em Cocalzinho de Goiás, a 132 km de Goiânia, o Sr. João Ferreira, está usando cal na plantação de pitaia como se fosse um protetor solar e segundo ele, o produto barato, tem apresentado bom resultado. O técnico de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), Saulo Araújo, que acompanha o produtor no sítio, elaborou uma explicação sobre essa alternativa econômica e eficaz de proteção. Seguem as orientações.

Existem produtos comerciais à base de Caulim e Hidróxido de Cálcio (cal hidratada), porém também pode-se utilizar cal virgem, cal hidratada ou cal de pintura como protetor solar para evitar a escaldadura dos cladódios. O produto protege as estruturas vegetativas, mas também frutas e verduras por formar uma camada que bloqueia os raios ultravioleta (UV) e infravermelho (IR). Além disso, possui ação fungicida e preventiva contra pragas (abelha arapuá, lesmas e caracóis), além de propriedades de correção da acidez do solo.

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Para o uso da cal virgem há a necessidade de preparo com antecedência de 12h para evitar queimadura das plantas pelo desprendimento de calor (reação exotérmica). Para o uso de cal hidratada ou cal de pintura pode-se utilizar de imediato, logo após o preparo. O preparo precisa de agitação constante, pois a cal se deposita no fundo e dificulta a aplicação. Assim, para um pulverizador de 20 L recomenda-se utilizar apenas 10 L de água para o preparo da calda, usando apenas a metade da capacidade do reservatório do pulverizador, permitindo a agitação durante a pulverização.

Para o preparo da calda utilize balde de plástico. Adicione 10 L de água e acrescente 1 kg de cal. Deve-se agitar vigorosamente para dissolver toda a cal. Deixar descansar por cinco minutos e misturar novamente. Antes de despejar a calda no pulverizador, coar com tecido de algodão ou voil, evitando entupir o bico no momento da pulverização. Recomenda-se agitar constantemente o pulverizador durante a aplicação para melhor efeito do produto. Aplicar no início da manhã ou no final da tarde. Pulverizar em toda a parte aérea das plantas (cladódios adultos e jovens), principalmente na parte superior da copa onde ocorre a maior incidência dos raios solares. Realizar na fase de pré-florescimento para melhor proteção e para que os frutos não fiquem esbranquiçados.

A utilização do protetor solar é indicada para as regiões Centro–Oeste, Norte e Nordeste, por apresentarem maior incidência solar. É uma prática recomendada para as épocas de maior insolação que apresentam maiores temperaturas e baixa umidade do ar. No município de Cocalzinho de Goiás é realizada entre os meses de junho e agosto. O uso da cal como protetor solar proporciona algumas vantagens, tais como: protege desde a primeira aplicação; sua eficiência é potencializada com maior número de aplicações; cria uma camada física protetora contra o excesso dos raios solares; proporciona conforto térmico às plantas, reduzindo o estresse por temperaturas elevadas; possui boa aderência aos cladódios; proporciona melhor adaptação das mudas recém transplantadas e é um produto natural aprovado para o cultivo orgânico. A desvantagem do uso da cal como protetor solar pode ocorrer com o excesso de aplicações sucessivas, causando obstrução dos estômatos e dificultando a realização da fotossíntese.

(Comunicação Sistema Faeg/Senar)

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Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.