Unidade industrial da PremierPet, em Porto Amazonas. Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Estado vira polo industrial de ração pet

Redação Sou Agro
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Unidade industrial da PremierPet, em Porto Amazonas. Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

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Hoje, o Paraná produz cerca de 300 mil toneladas por ano de rações pet, o que corresponde a cerca de 7% de toda a produção nacional, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). A capacidade instalada das fábricas recém-instaladas no Estado, no entanto, indica que este volume deve mais do que dobrar nos próximos anos.

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“O Paraná é um dos principais polos agroindustriais do Brasil, com uma produção diversificada que inclui cereais, carnes e outros insumos essenciais para a fabricação de alimentos para animais. Isso garante uma cadeia de suprimentos local robusta e de alta qualidade”, explicou o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França.

Entre os dois principais ingredientes para a fabricação de alimentos para pets, o Paraná é o maior produtor nacional de frango, com mais de um terço de toda a produção nacional, e o segundo maior produtor de milho, atrás apenas do Mato Grosso.

“Sendo um dos líderes na produção de proteína, o Paraná já movimentava muita ração para alimentar estes animais. A derivação deste mercado para a produção de alimentos para pets foi então um processo natural”, afirma o diretor-presidente da Invest Paraná, agência de captação de negócios do Governo do Estado, Eduardo Bekin.

REFERÊNCIA – Um marco nesta transformação em curso no Estado foi a construção da unidade industrial da PremieRpet em Porto Amazonas, nos Campos Gerais – resultado da negociação feita pelo Governo através da Invest Paraná. As obras iniciaram em 2019 e a fábrica foi inaugurada em 2022. “Quando uma fábrica deste porte se instala no Estado, a região se transforma naturalmente em um polo, com várias outras indústrias de menor porte também surgindo e se aproveitando desta cadeia de fornecedores”, explica Bekin.

Fruto de um investimento de R$ 1,1 bilhão, a planta tem capacidade para produzir mais de 600 mil toneladas de ração para cães e gatos ao ano, o que faz dela o maior empreendimento do ramo na América Latina.

A marca é líder nacional no segmento de rações pet premium e super premium, que são alimentos de maior qualidade por terem uma maior proporção de proteína animal. Nestes casos, a principal matéria-prima para a fabricação de rações é a farinha de frango, que contém cerca de 70% de proteína. O produto, em geral, é um derivado da produção de frango de corte. O abate de frango é a segunda principal cultura do agronegócio paranaense, atrás apenas da soja, com Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 30 bilhões por ano.

De acordo com o diretor de Operação da PremieRpet, Marcos Roberto de Oliveira, o Paraná foi escolhido pela companhia por conciliar a proximidade com os fornecedores de frangos de qualidade com um mercado consumidor em expansão. São cerca de 9 milhões de animais de estimação no Estado, o que faz do Paraná o quinto maior mercado do País, segundo a Abinpet.

“Nós queríamos uma planta que estivesse próxima dos clientes, o que melhora nosso nível de serviço. Entre os estados do Sul, o Paraná foi o escolhido por ter muitos produtores de commodities e por ter uma infraestrutura logística que facilita tanto a importação de produtos, como o escoamento da nossa produção”, explicou o executivo.

Na comparação com a outra fábrica do grupo, por exemplo, o milho usado nas rações tem que viajar centenas de quilômetros do Mato Grosso até a planta de Dourado, no interior paulista. Já na unidade paranaense, a matéria-prima está próxima da fábrica, assim como o Porto de Paranaguá, que fica a menos de 180 quilômetros de distância.

A facilidade logística fez com que a fábrica paranaense da PremieRpet, inclusive, passasse a abastecer os mercados do Norte e do Nordeste. “Por conta dessa posição estratégica, a gente passou a atender estes mercados via cabotagem pelo Porto de Paranaguá. A proximidade com o porto também ajuda na importação de alguns produtos importantes como óleo de peixe, do Chile, e polpa de beterraba, da Europa”, disse Marcos Roberto de Oliveira.

VERTICALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO – Outra indústria de rações inaugurada recentemente no Estado foi a unidade da Coamo, em Campo Mourão, no Noroeste, com investimento de R$ 178 milhões. O que motivou o investimento da cooperativa foi verticalizar a produção de milho dos cooperados. A verticalização é uma estratégia em que se aproveita várias etapas de um produto, com diferentes processos que agregam valor à produção.

“O milho era o único produto dos cooperados que continuava sendo comercializado exclusivamente como commodity. A indústria de rações agora agrega valor a uma parcela desse produto transformando milho em alimentação animal e fechando o ciclo de verticalização da cadeia”, disse o diretor industrial da Coamo, Divaldo Correa.

A planta começou a funcionar em agosto produzindo rações para gado, equinos, suínos, aves e peixes, mas está preparada para, no futuro, fabricar alimentos para pets. O objetivo da Coamo é explorar um mercado que praticamente não sofre com sazonalidades e que cresce ano após ano acima da média.

“A expectativa inicial da Coamo é de uma produção em torno de 4 mil toneladas por ano, atendendo inicialmente os nossos cooperados. Na sequência, a ideia é ampliar esse volume com a distribuição das rações pet nos locais já atendidos com a nossa linha de alimentos”, afirmou o diretor da cooperativa.

De acordo com a Abinpet, o segmento pet brasileiro vai faturar R$ 77 bilhões em 2024, o que representa um crescimento em relação de 12,1% em relação a 2023. A industrialização de alimentos pet representa mais da metade deste valor, com faturamento de R$ 42,3 bilhões por ano.

(Com AEN/PR)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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