Planta de secagem térmica de lodo de esgoto leva prêmio nacional de biogás

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

FOTO: Sanepar

A unidade de secagem de lodo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Atuba Sul da Sanepar, em Curitiba, venceu a categoria Melhor Planta Geradora de Biogás em Saneamento do Prêmio Melhores do Biogás 2024. A Companhia concorria com outras quatro empresas, após indicações públicas e votação aberta. O anúncio foi feito durante o 6º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, em Chapecó (SC). O prêmio foi entregue ao engenheiro eletricista Lucio Fabiano Ramos, responsável pela operação e manutenção do sistema.

A planta vencedora é um exemplo de inovação e sustentabilidade por ter um sistema tecnológico de última geração para a secagem térmica do lodo de esgoto. O sistema está em operação plena desde o ano passado.

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A inovação chave nesta planta é o uso de fontes de energia renovável, como biomassa (cavaco de madeira), lodo seco gerado no próprio processo e biogás, também produzido no tratamento do esgoto, para secar o lodo. Ou seja, a planta transforma resíduos em recursos energéticos, utilizando os princípios da economia circular e eficiência energética.

“É uma solução sustentável para um grande desafio dos prestadores de serviço que é a geração do lodo em quantidades consideráveis nas estações de tratamento. Enviar lodo para aterros sanitários gera custos elevados para a empresa e não é a melhor solução do ponto de vista ambiental”, explica o engenheiro.

Ao adotar esse processo de secagem, a Sanepar também reduz de forma significativa o volume de material para a disposição final e também as emissões de gases de efeito estufa, deixando de utilizar combustíveis convencionais.

“O prêmio é um reconhecimento a esta planta, que é um modelo inovador e estabelece um referencial no campo de soluções sustentáveis para a recuperação de recursos oriundos de esgoto, notadamente na América Latina”, afirma o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile.

COMO FUNCIONA – O lodo adensado removido do processo de tratamento de esgoto passa por uma centrífuga para o primeiro deságue mecânico, gerando um material pastoso com 20% de sólidos totais. O lodo úmido então é direcionado para o secador rotativo. A secagem ocorre mediante o contato do lodo úmido com os gases quentes fornecidos por um gerador de calor que utiliza três combustíveis renováveis: biomassa, lodo seco e biogás.

Nessa etapa de secagem o lodo seco atinge 80% de sólidos totais e apresenta higienização eficiente. Parte do lodo seco é utilizado para gerar calor na próxima fase, sendo transformado em cinzas por meio da combustão.

Isso ocorre numa caldeira em que as altas temperaturas são geradas pelo próprio lodo seco e pelo biogás da ETE e também por cavaco de madeira, que é um resíduo gerado no processamento de madeira. Atualmente, além de ser utilizado no processo de combustão, o lodo seco e as cinzas estão sendo enviados para coprocessamento em indústrias cimenteiras.

(Com AEN/PR)

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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