Ministério do Trabalho e FPA discutem trabalho escravo no setor agrícola

Fernanda Toigo

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Foto: MTE

Em uma iniciativa para o futuro da agropecuária brasileira, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reuniu-se com o presidente e deputado da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) Pedro Lupion (PP-PR) e os, também membros da bancada, Afonso Hamm (PP-RS), Alceu Moreira (MDB-RS) e Zé Vitor (PL-MG). O encontro ocorreu nesta terça-feira (27) para discutir e formular propostas eficientes para o combate ao trabalho escravo, também conhecido como trabalho análogo à escravidão, no setor agropecuário.

Os membros da bancada entregaram propostas que aprimorem os mecanismos de combate ao trabalho escravo no campo. Segundo os representantes da Frente, as medidas garantem tranquilidade e segurança tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores, especialmente durante a época de colheita da safra.

Para o presidente da FPA, o agronegócio brasileiro precisa se unir para combater esse problema. “É preciso punir quem comete ilícitos. Não podemos permitir que a imagem do nosso setor seja manchada por quem comete práticas criminosas, nem generalizar e acabar penalizando indevidamente quem trabalha dentro da lei”, ressaltou Lupion.

Uma das preocupações levantadas pela FPA foi o impacto do Programa Bolsa Família na contratação de mão de obra sazonal. Os parlamentares expressaram o receio de que o programa possa dificultar a formalização dos trabalhadores nesse período crucial para o setor.

Segundo o deputado Alceu Moreira, a Medida Provisória (MP 1164/2023) enviada pelo Governo já desvincula a questão do Bolsa Família para aqueles que desejam trabalhar. Atualmente, quem recebe o Bolsa Família não pode assinar carteira de trabalho, e esse é um passo que precisa ser dado, especialmente para as produções de maneira organizada.

“O ministro demonstrou boa vontade conosco e está disposto a colaborar nesse sentido. Pretendemos ampliar essa discussão e encontrar uma forma de permitir que aqueles que prestam serviços o façam com dignidade, ao mesmo tempo, em que as regras permitam o funcionamento da propriedade dentro dos custos de produção e capacidade de execução”, enfatizou Alceu Moreira.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, assegurou aos membros da bancada que todas as sugestões serão cuidadosamente avaliadas. Ele também destacou a existência de um estudo em andamento no Ministério do Trabalho e Emprego que busca soluções para a contratação de mão de obra sazonal por meio de cooperativas de trabalho, formalizando a relação entre empregador e empregado.

Em relação ao Bolsa Família, Marinho tranquilizou os representantes da FPA, esclarecendo que o programa não representa um obstáculo à formalização do trabalho. “Uma nova regra do Bolsa Família, onde se leva em conta a renda anualizada, possibilita ao trabalhador formalizado manter o cadastro no programa. Se ele perder o vínculo, volta para o Bolsa Família”, afirmou, salientando que, com essa nova regra, “o trabalhador vai poder ter o emprego regularizado, o emprego decente, sem medo de perder o benefício”, enfatizou o ministro.

Para o deputado e membro da FPA, Afonso Hamm (PL-RS), a reunião foi positiva e foi um avanço para os trabalhadores que recebem o Bolsa Família e estão disponíveis para fazer colheita e atividades temporárias. “Nós próximos dias vamos trabalhar para ajustar esta permissão para que quem está no Bolsa Família possa trabalhar e assinar contrato de dias de trabalho e melhorar sua renda sem perder o benefício”, pontuou o parlamentar.

Marinho também adiantou aos parlamentares que o governo está preparando uma campanha de esclarecimento sobre a nova regra do Bolsa Família.

(Por FPA)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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