O rápido avanço do fogo não queima apenas o capim, mas também árvores próximas ao local. Fotos: Brigada Florestal/Itaipu Binacional.

Em menos de dois meses, Itaipu atendeu seis ocorrências de incêndio florestal

Redação Sou Agro
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O rápido avanço do fogo não queima apenas o capim, mas também árvores próximas ao local. Fotos: Brigada Florestal/Itaipu Binacional.

A Brigada Florestal da margem brasileira da Itaipu tem como função prevenir e combater os riscos de incêndio nas áreas protegidas do reservatório. Somente neste ano, seis ocorrências foram atendidas pela equipe composta por 15 empregados da Binacional e 44 terceirizados, divididos nos escritórios de Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra. Do dia 28 de janeiro, data da primeira queimada, a 13 de fevereiro, 26 hectares de área protegida foram afetados, o que corresponde a 26 campos de futebol.

Como comparativo, em 2023, o único incêndio registrado em áreas de Itaipu atingiu apenas quatro hectares. Outras oito ocorrências foram verificadas, mas não eram em área da Binacional e foram apenas monitoradas.

A baixa do nível do reservatório, a falta de chuva e o fenômeno El Niño, que tem previsão de se estender até maio deste ano, colaboram para que o número de incêndios aumente. O coordenador da Brigada Florestal da Itaipu, Luis Cesar Rodrigues, da Divisão de Áreas Protegidas, explica que com a queda do nível do lago uma faixa de capim se forma entre a água e o mato. E é justamente esse capim que acaba pegando fogo. Uma das suspeitas é que os próprios frequentadores provoquem o incêndio, para facilitar o acesso ao lago.

As áreas queimadas causam danos ambientais para o reservatório, já que, quando o nível do reservatório aumentar, o solo estará mais fragilizado e sedimentos poderão ser levados diretamente para o lago, afetando negativamente a vida útil e a qualidade da água. A fauna e a flora locais também são duramente prejudicadas em função de as áreas protegidas da Itaipu serem uma das mais relevantes opções de abrigo na região Oeste do Paraná; e produtores rurais podem ter prejuízos caso o fogo avance para suas plantações.

Itaipu
Foto: Incêndio Itaipu

 

 

De acordo com Rodrigues, as queimadas liberam gases poluentes de dióxido de carbono (CO2), que contribuem para intensificar o efeito estufa. “Enfim, as queimadas em áreas protegidas resultam em uma série de consequências negativas que afetam não apenas o meio ambiente, mas também as pessoas. Por isso, causar incêndio ambiental é um crime previsto na lei de crimes ambientais”, ressalta.
Finais de semana e feriados prolongados são os períodos em que a Brigada de Itaipu mais recebe alertas de ocorrências de incêndio. Vale lembrar que, essa região próxima ao reservatório, além de ser de difícil acesso, é uma área com entrada proibida, já que a Itaipu disponibiliza espaços próprios e seguros para lazer ao longo do reservatório.

incêndio mata itaipu
O rápido avanço do fogo não queima apenas o capim, mas também árvores próximas ao local. Fotos: Brigada Florestal/Itaipu Binacional.

Uma das ocorrências atendidas pela Binacional este ano foi um incêndio no Refúgio Binacional de Maracaju, que fica na fronteira entre o Departamento paraguaio de Kanendiyu e o Estado brasileiro do Mato Grosso do Sul. Na ocasião, brigadistas brasileiros e paraguaios se uniram para conter o fogo.

Tecnologia
O monitoramento do risco de incêndio florestal nas áreas de Itaipu é feito por uma tecnologia desenvolvida pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), por meio do Núcleo de Inteligência Territorial (NIT). Por ela, os brigadistas conseguem ter uma previsão de três dias do risco de incêndio com base nas condições meteorológicas da região, de forma que, com o aumento do risco, é possível direcionar ações preventivas para as áreas mais críticas.

Segundo Rodrigues, se a falta de chuva e as condições meteorológicas permanecerem como estão, a previsão é que o número de ocorrências continue alto, mesmo em um período atípico para o fogo que são os meses de verão. “A Brigada Florestal da Itaipu trabalha com riscos, por isso, todos os dias monitoramos as previsões feitas pela aplicação desenvolvida pelo PTI e órgãos como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar)”, indica.

Para diminuir significativamente as queimadas, os brigadistas fazem um trabalho de conscientização com os vizinhos que moram próximo às áreas protegidas pela Binacional.

Brigada Florestal
A formação das áreas protegidas promovida pela Itaipu começou na década de 70, ou seja, desde o início dos plantios de restauração, a Binacional lida com incêndios. Segundo a lei do Código Florestal 12.651/2012, sancionada no dia 25 de maio de 2012, toda a empresa que cuida de áreas protegidas deve ser estruturada para lidar com queimadas.

Nos últimos dez anos, a Brigada Florestal da margem brasileira da Itaipu vem se fortalecendo face aos desafios para a gestão das áreas protegidas, em um contexto de mudanças climáticas. Hoje, os territórios que a empresa preserva chegam a 34 mil hectares, que se estendem dos Estados do Paraná até Mato Grosso do Sul.

(Com Assessoria Itaipu Binacional)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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