CRÉDITO: José Fernando Ogura/AEN

Oeste têm menores taxas de emissão de dióxido de carbono do PR

Redação Sou Agro
Redação Sou Agro
CRÉDITO: José Fernando Ogura/AEN

Um levantamento do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) apontou que o estado possui 98 municípios com índices negativos de liberação de dióxido de carbono (CO2), sendo os municípios da região Oeste os com menores níveis. A pesquisa integra o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa – 2005 a 2019, relatório produzido em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT).

Esse resultado é fruto de políticas ambientais que priorizam a criação, manutenção e fiscalização das Unidades de Conservação (UCs). Atualmente, existem no Paraná 26.250,42 km² de áreas protegidas por legislação, formadas por ecossistemas livres que não podem sofrer interferência humana ou àquelas com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais, como os parques abertos à visitação pública. 

Como parte do ciclo biológico do carbono, o CO2 é um componente essencial para todas as formas de vida. Na natureza, o gás é utilizado pelas plantas no processo de fotossíntese, e é liberado durante a decomposição dos seres vivos de volta para a atmosfera, onde o composto ajuda a manter o planeta aquecido por meio do efeito estufa.

No entanto, mesmo sendo um fenômeno natural, a emissão do gás em excesso na forma de poluentes desequilibra muito esse ciclo, resultando em um aquecimento anormal do planeta e, consequentemente, em uma série de problemas ambientais.

Como explica o pesquisador Christiano Campos, do Simepar, a reabsorção do carbono pelas árvores é um processo que ajuda a mitigar parcialmente os impactos desse processo. “Em uma floresta madura, o CO2 que é liberado quando uma árvore morre é reabsorvido de forma natural pelas árvores que estão nascendo, assim reduzindo as emissões do gás para a atmosfera”, comenta Campos. “E esse equilíbrio é bem mais presente nos municípios que possuem amplas áreas verdes, como Unidades de Conservação”.

Mesmo sendo um fenômeno que acontece em todos os tipos de floresta, a reabsorção de carbono é quantificada apenas nas UCs. Campos ressalta que essa decisão se deve à uma definição metodológica de Inventário de Gases de Efeito Estufa.

“O processo de medição manual da reabsorção é longo e complexo, então nós nos baseamos em estudos feitos em florestas similares de outros locais para fazer o cálculo. Por isso, o procedimento é avaliado apenas nas UCs, que são totalmente delimitadas, e que por estarem sujeitas à interferência humana, são ideais para analisar os impactos da emissão de carbono”, complementa o pesquisador.

Preservação

O relatório do Simepar apontou que as dez cidades que apresentaram as maiores taxas de emissão negativa estão concentradas principalmente em duas regiões do Estado: Litoral (Guaraqueçaba, Guaratuba, Paranaguá, Antonina e Morretes) e Oeste (Céu Azul, Foz do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu e Guaíra), além de Alto Paraíso, no Noroeste. Como característica comum, todos esses municípios possuem amplas áreas de vegetação, seja pela presença de parques estaduais, Unidades de Conservação ou pela proximidade com bacias hidrográficas.

“O Paraná tem exercido um papel fundamental para ações de sustentabilidade e boas práticas nas propriedades paranaenses, sejam elas públicas ou privadas. É uma política de Estado apoiar as RPPNs ou as demais Unidades de Conservação. Assim, fazemos com que o patrimônio natural do Paraná fique congelado nessas áreas para que não haja possibilidade de se mexer com a biodiversidade”, afirma o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.

(COM IATPR)

 

 

 

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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