foto: IBRAFE

Cultivares de feijão da Epagri oferecem boa produtividade e resistência a doenças

Emanuely
Emanuely
foto: IBRAFE

Sementes de feijão com alto rendimento no campo, resistentes a doenças e mais tolerantes a problemas como a estiagem são disponibilizadas pela Epagri aos agricultores brasileiros. Elas são resultado de pesquisas desenvolvidas dentro do programa de melhoramento genético do grão, no Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Cepaf), localizado em Chapecó, no Oeste Catarinense.

Atualmente são quatro cultivares com a qualidade da Epagri disponíveis para semeadura em Santa Catarina: Querência e Riqueza, do grupo carioca, e Potência e Predileto, do grupo preto.

O foco do programa de melhoramento genético é obter, via seleção e cruzamentos, cultivares mais produtivos, com características superiores aos que já estão disponíveis para os agricultores. Por isso, a alta produtividade é uma das principais vantagens dos cultivares de feijão da Epagri.

Durante o período de safra, quando o ciclo de chuvas é mais regular, a produtividade desses feijões em Santa Catarina alcança entre 3,5 mil e 4 mil quilos por hectare. Na época de safrinha, que tem mais períodos de seca, a colheita média fica entre 2,8 e 3 mil quilos por hectare. Os quatro cultivares são indicados para cultivo em todo o Sul do Brasil.

Resistência a doenças

Mas a produtividade não é a única vantagem desses feijões. “Com os cultivares recém desenvolvidos, superiores para tolerância e resistência a doenças, o produtor rural precisa utilizar menos fungicida no campo. São menos aplicações e menos dinheiro gasto também para produzir, então lucratividade é maior”, explica Sydney Kavalco, pesquisador da Epagri no Cepaf.

Além disso, os feijões da Epagri são mais tolerantes à estiagem. “Esses cultivares vão superar melhor esses obstáculos e também vão manter o potencial produtivo frente a períodos curtos de seca”, detalha Sydney.

Conheça melhor cada cultivar de feijão da Epagri:

SCS207 Querência

O SCS207 Querência é um cultivar de feijão do grupo carioca que tem resistência moderada à antracnose, à ferrugem, à mancha angular e ao mosaico dourado.

SCS205 Riqueza

O feijão carioca SCS205 Riqueza tem maior tamanho de grãos, alto potencial produtivo e maior resistência à antracnose. Nas avaliações da Epagri, apresentou rendimento elevado para a indústria. De acordo com o Balanço Social da Epagri, em 2021 esse cultivar foi responsável por um impacto econômico de R$530 mil em aumento de produtividade em uma área plantada de 435 hectares.

SCS206 Potência

SCS 206 Potência é um feijão do grupo preto com alto potencial de rendimento de grãos e resistência moderada à antracnose e às principais doenças do feijão. A grande diferença tecnológica é o porte agronômico das plantas – elas são mais eretas, o que facilita a colheita mecanizada. Entre os quatro cultivares de feijão da Epagri, este é o mais plantado em Santa Catarina.

SCS204 Predileto

O feijão SCS204 Predileto tem produtividade estável e superior à dos principais cultivares do grupo preto plantados em Santa Catarina. O peso médio de mil grãos é superior ao dos principais cultivares do grupo preto. Ele possui resistência a raças de antracnose, maior rendimento de grãos e maior rusticidade, por isso é indicado para produtores que querem fazer um plantio com menor uso de agroquímicos. De acordo com o Balanço Social da Epagri, em 2022 esse cultivar de feijão foi responsável pelo impacto econômico de 2,4 milhões em aumento de produtividade, em uma área plantada de 1 mil hectares, dentro e fora de Santa Catarina.

Como adquirir sementes

Os cultivares de feijão são multiplicados pela Epagri e disponibilizados tanto para os multiplicadores de sementes quanto para os produtores rurais, via extensão rural, em todo o estado. Para adquirir sementes, é preciso procurar o escritório da Epagri em seu município, a Epagri/Cepaf, no fone (49) 2049 7527, ou a Cooperalfa em Chapecó, no fone (49) 3321 7039.

Feijão no Brasil

O feijão apresenta a terceira maior área semeada entre grãos no Brasil, com mais de 3 milhões de hectares cultivados, sendo que a Região Sul é responsável por mais de 40% da produção total e mais de 96% da produção de feijão-preto no país. Essa cultura está presente tanto em lavouras de subsistência quanto em plantações altamente tecnificadas.

Cerca de 70% do feijão produzido no Brasil vem da agricultura familiar e, em Santa Catarina, esse número chega a praticamente 100%. O Brasil produz cerca de 3,5 milhões de toneladas, o que corresponde a 20% da produção mundial.

Feijão em SC

Em Santa Catarina, o cultivo de feijão ocorre em todas as regiões do estado, mas com maior destaque para as regiões Planalto Norte e Serrano 1ª safra, e para o Oeste e o Litoral Sul na 2ª safra. A área plantada na safra 2022/23 é de 61 mil hectares.

A estimativa da Epagri/Cepa é de que Santa Catarina produza 115.382 toneladas na primeira e segunda safras de feijão, um volume 10% superior ao ciclo 2021/22. A área plantada deve reduzir em cerca de 9%. Por outro lado, a produtividade deverá ter um incremento de 22%.

Pesquisas da Epagri

As pesquisas da Epagri/Cepaf com feijão vão além do melhoramento genético. “A gente busca saber a melhor época de cultivo, a densidade de semeadura, a quantidade de adubo que se deve colocar nessa cultura potencializando o rendimento, sempre pensando quanto o produtor rural pode colher a mais nos seus campos de cultivo”, exemplifica o pesquisador Sydney da Epagri/Cepaf.

Essas tecnologias são levadas até os produtores rurais por meio do trabalho dos extensionistas. Uma das formas de mostrar os resultados das inovações para as famílias são as Unidades de Referência Tecnológica (URTs) instaladas em propriedades rurais. As URTs São propriedades-modelo que servem como espaços didáticos para apresentar os resultados das tecnologias e motivar outros produtores a seguir no mesmo caminho. A Epagri conduz 43 URTs de feijão em propriedades rurais catarinenses.

(Com IBRAFE)

(Emanuely/Sou Agro)

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