Foto: Jefferson Alexandre Munaretto
AGRICULTURA

Preço da soja continua ladeira abaixo: será que vai melhorar?

Preço da soja continua ladeira abaixo: será que vai melhorar?
Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

O preço da soja continua ladeira a baixo no Paraná. As cotações diárias que nós divulgamos aqui no Sou Agro mostram essa queda.

Por exemplo: no dia 24 de fevereiro, o preço da saca de soja em Cascavel estava a R$ 160,00. Ontem, 11 de abril, estava R$ 135,00.

Mas não é só a soja que está com valor despencando: o preço do milho caiu. De R$ 75,00 no dia 24 de fevereiro para R$ 67,00 nesta terça-feira (11). O do trigo baixou de R$ 88,00 para R$ 82,00. Isso tendo como base as cotações de Cascavel, mas com o mesmo cenário se repetindo nos demais municípios.

Esses são os três principais produtos na nossa região que estão com valor em queda desde o início do ano. Nós já mostramos aqui que os motivos para a diminuição no preço da soja, por exemplo, são vários.

Conversamos novamente com o economista Camilo Motter para explicar por que esses valores continuam caindo. “Neste ano tivemos uma super safra no País, apesar dos problemas com clima em algumas regiões. Estamos caminhando quase para o fim da colheita e essa queda no preço foi por conta do excesso de oferta. Com a colheita do grão caminhando para o fim, acredito que o valor da saca da soja, pelo menos, vai se estabilizar”, afirmou.

E são dois motivos para acreditar na estabilidade dos preços. “Acaba a pressão da oferta brasileira, com a colheita chegando ao fim e também reduz o preço do frete. O frete bateu recorde neste ano pelas dificuldades logísticas e pela dificuldade de chegar ao porto, com bloqueio das estradas. Agora, deve cair o valor”.

Outro fator contribuía para que a cotação estivesse tão em alta, principalmente do trigo, mas que puxou também o valor dos demais grãos: a guerra da Ucrânia e da Rússia. “Os dois países são grande exportadores de trigo. A Ucrânia é uma grande exportadora, também, de milho, uma das maiores do mundo. Com a evolução da guerra e a dificuldade no despache de mercadorias por parte deles, o nosso preço subiu muito, principalmente do trigo, mas teve reflexo também no milho e na soja. Só que agora a situação está um pouco mais amena entre os dois países”, explicou.

Quanto ao preço do milho, a manutenção vai depender da safrinha brasileira. “Se for boa, conforme o previsto, vai cair um pouco mais, mas o clima tem que colaborar para que o milho safrinha se desenvolva, principalmente no Sul do Brasil, onde tivemos atraso da colheita da soja por conta do clima e consequentemente do plantio do milho”, ressaltou.

Também conversamos com Paulo Orso, que é presidente do Sindicato Rural de Cascavel e também produtor rural. “Tivemos um acúmulo de plantio de uma mesma época, a colheita de uma super safra e consequentemente dificuldade de armazenamento. Tudo isso num curto espaço de tempo. Com essa pressão interna, o valor da saca apresentou toda essa queda”, avaliou.

Na opinião de Orso, apesar da necessidade de pagar as contas, para o produtor que conseguir esperar, vai valer a pena. “Aquele que conseguir aguardar vai ganhar com isso. Dentro de 60 a 90 dias no máximo acredito que os valores vão voltar ao que estava no início da colheita”, opinou.

Confira a reportagem completa AQUI.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)