Foto: Envato

Especialistas destacam importância de crédito privado para o agronegócio

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: Envato

Especialistas destacaram a importância do crédito privado para o desenvolvimento do setor e a necessidade de aproximação dos investidores com o produtor rural. Foi durante os painéis do workshop “Fiagro Descomplicado: Mercado de Capitais e o Financiamento do Agro”.

O evento foi promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA), em Brasília, para desmistificar os Fundos de Investimentos nas Cadeias Agroindustriais (Fiagro).

No painel 1º sobre “Agronegócio e Crédito Privado: O papel do Mercado de Capitais”, o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, falou sobre a evolução do setor com crédito rural e adoção de tecnologias, lembrando que isso tornou o Brasil competitivo, mas para permanecer nesse ritmo, é necessário recurso.

“A cada ano a demanda por recursos é maior porque a evolução tecnológica não para e o produtor sabe que precisa implementar tecnologias para continuar tendo rentabilidade.”

Lucchi afirmou que a CNA tem trabalhado para se ter uma política direcionada que chegue até o produtor e defendeu o seguro rural que, segundo ele, é uma das principais bandeiras da entidade.

Ele ressaltou que é necessário priorizar o seguro rural no crédito oficial, direcionando o recurso para o pequeno e o médio que são os que mais demandam, e quebrar as barreiras que existem, no mercado de capitais, tanto do lado do produtor quanto dos investidores, para “conhecerem o agro brasileiro e saberem como podem colocar recursos no setor”.

Lucchi disse ainda que a missão agora é traduzir a temática para uma linguagem mais acessível ao produtor rural, como a cartilha lançada durante o workshop em parceria com o IBDA. “Não é um trabalho fácil, mas precisa começar agora.”

Erik Oioli, sócio e conselheiro do IBDA, falou sobre o mercado de capitais e destacou o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), a Lei do Agro (13.986/20) e o Fiagro como importantes instrumentos para aproximação entre produtor rural e mercado privado.

“O Fiagro foi um passo importante e um instrumento versátil criado depois da lei do agro. E não será por falta de instrumentos que os investimentos no agro não vão acontecer.”

Bruno Gomes, superintendente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmou que hoje existem mais de 70 Fiagros registrados na comissão e a ideia é ter um Fiagro que faça “de tudo e que possa até investir em ativos ambientais e crédito de carbono”.

Atualmente existem três modalidades do Fundo: Fiagro Direitos Creditórios, Fiagro Imobiliário e Fiagro Participações. “Existem vários caminhos e o produtor pode se beneficiar de várias formas.”

No 2º painel “Como funcionam os Fiagros: teses de investimento, gestão, e principais agentes”, os palestrantes reforçaram a necessidade de aproximar o produtor do mercado privado para ter acesso a mais recursos.

João Henrique Hummel, sócio da Vallya Agro, disse que o Fiagro vai trazer transparência e facilitar o acesso ao crédito.

“O produtor precisa ter uma alternativa onde ele assuma o papel dele e possa ir direto aos fundos, diminuindo os custos, dando total transparência e governança a esse processo.”

Renato Barros Frascino, head de Agronegócio da Opea Securitizadora, e José Alves Ribeiro Jr, sócio do VBSO Advogados, destacaram as mudanças que devem acontecer esse ano como a regulação específica do Fiagro e a simplificação dos requisitos para securitização de recebíveis.

Com CNA

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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