Foto: Envato

Gripe aviária: Argentina e Uruguai decretam emergência sanitária e Brasil permanece alerta

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Os casos de gripe aviária na América do Sul tem deixado o Brasil todo em alerta. Nós já trouxemos que o Paraná está reforçando os treinamentos para os profissionais e também que a  ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) pediu o fim da visita nas granjas.

Mas as confirmações não param e estão cada vez mais próximas do Brasil. Nesta quarta-feira (15) o Ministério da Agricultura de Argentina confirmou que o vírus foi encontrado em uma ave silvestre, um ganso andino, em Laguna de Pozuelos, no norte da província de Jujuy, por meio de uma notificação do pessoal dos Parques Nacionais, que detectou a ave morta e a enviou para análise. Com isso, foi decidido pela: “necessidade de declarar uma emergência de saúde devido à gripe aviária”, explicou o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Juan José Bahillo.

 

Bahillo disse ainda para a população se tranquilizar dizendo que: “o surgimento da doença não nos surpreende, porque vínhamos trabalhando com as autoridades do Senasa [Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar], do INTA [Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária] e dos Ministérios da Saúde e Segurança por um muito tempo. Agora temos de redobrar os esforços e ativar todos os mecanismos de prevenção que têm sido aplicados”, disse.

A prevenção no país ocorre com aves silvestres: “É por isso que trabalhamos com os Parques Nacionais, a quem pedimos que aumentem a vigilância. Se tivermos que tomar medidas antipáticas, tomaremos, como fechar um parque caso se confirmem casos suspeitos de vírus H1N1 em aves silvestres”, esclareceu o vice-presidente do Senasa, Rodolfo Acerbi.

EMERGÊNCIA NO URUGUAI

Além da Argentina, o Uruguai que também faz divisa com o Brasil decretou emergência sanitária por conta do vírus. As autoridades afirmam que houve detecção da gripe aviária em cinco cisnes negros encontrados mortos em Laguna Garzón, no sudeste do país.

“Há vários meses lidamos com essa situação de risco, mas apenas hoje confirmamos o primeiro caso. Isso não é uma surpresa, já estávamos esperando”, disse o ministro da Pecuária e Agricultura, Fernando Mattos para a imprensa uruguaia.

Mesmo assim, o secretário afirma que a produção não corre riscos: “Nossa produção está segura. O que pedimos é que os produtores redobrem as medidas de biossegurança nos plantéis e evitem o contato dessas aves com os animais silvestres”, afirmou.

Ele disse, ainda, que o Uruguai está tomando todas as medidas necessárias para evitar o aumento de casos. O Ministério da Pecuária e o Ministério do Meio Ambiente uruguaio está fazendo uma varredura em um raio de cinco quilômetros ao redor de onde os casos foram registrados.

PREOCUPAÇÃO NO BRASIL

A confirmação de mais casos de gripe aviária na América do Sul levantou o alarme no Brasil, que permanece livre de contágio mesmo depois que seus vizinhos próximos, Argentina e Uruguai, confirmaram casos. Em entrevista coletiva para discutir o risco sanitário global, o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, disse que o Brasil, o maior exportador mundial de frango, reforçará as medidas para prevenir surtos à medida que o vírus continua a se espalhar.

Até agora, casos de gripe aviária foram detectados em fazendas comerciais na Bolívia, que faz fronteira com o Brasil, e no Peru e Equador, disse Favaro.

Nos últimos dias, o Brasil também investigou casos suspeitos da gripe aviária de alta patogenicidade. Os casos suspeitos ocorreram em aves silvestres no estado do Rio Grande do Sul, onde operam muitos frigoríficos brasileiros, e em aves domésticas, patos e galinhas com sintomas de gripe aviária no estado do Amazonas, segundo o ministro.
Nenhum dos casos suspeitos acabou por ser gripe aviária, disse ele.

A gripe aviária, que atingiu novos cantos do mundo, tornou-se endêmica pela primeira vez em algumas aves selvagens que transmitem o vírus às aves domésticas, disseram especialistas. O vírus estimulou proibições de importação em alguns países e levou os preços dos ovos a níveis recordes em algumas partes do mundo. O Brasil abriga alguns dos maiores frigoríficos do mundo e nunca registrou um caso de gripe aviária.

(Com informações Reuters e Clarín Rural)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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