Foto: Emater/RS

Estiagem deve deixar prejuízo bilionário com perdas nas lavouras do RS

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Emater/RS

#souagro| Os números das perdas na agropecuária gaúcha com mais um ano de estiagem que castiga o produtor rural começam a aparecer. No último mês, a Rede Técnica Cooperativa divulgou um trabalho de 21 cooperativas do Rio Grande do Sul com uma média de perdas nestas cooperativas.

A Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL) divulgou, nesta semana, as estimativas de perdas relacionadas à estiagem nas culturas da soja e do milho no Rio Grande do Sul. Os valores, segundo a empresa, está próximo da casa dos 30 bilhões.

 

Em termos proporcionais, no milho, o número estimado de quebra da safra é de 56%. O levantamento anterior, divulgado na primeira quinzena de janeiro, era de 53%. Na soja, a quebra estimada é de 43%, sendo que em janeiro a estimativa era de 16%.

Segundo o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, há uma característica este ano que o Rio Grande do Sul tem locais no Estado, e isso a pesquisa demonstrou claramente, onde as perdas na soja são de 0% e em outras regiões são de mais de 40%. “Isso é uma questão muito séria e traz à tona outro ponto que é o das chuvas mal distribuídas, e essa situação agrava as nossas lavouras”, observa.

“É mais uma grande quebra de produção no Rio Grande do Sul. Então havia uma previsão de vinte e dois milhões de toneladas na soja e uma quebra de 43% é um impacto muito forte”, destaca.

Já a estimativa de perdas financeiras, de acordo com o presidente da FecoAgro/RS, considerando uma quebra de 9,46 milhões de toneladas com preço de R$ 3 mil a tonelada, a perda seria de  R$ 28,38 bilhões que deixam de circular na economia gaúcha.

Pires destaca também que existem perdas no arroz irrigado, onde as águas nunca estiveram tão baixas, consequência de três anos de estiagem, com o Rio Grande do Sul no terceiro ano com a questão da La Niña e com falta de chuvas abaixo do normal. “Com o arroz a irrigação por inundação vem sofrendo com isto. E no milho, em muitas regiões o grão irrigado por aspersão tem problemas de água também. Ainda bem que estamos no final do ciclo e esta quebra não será tão representativa”, salienta.

O dirigente reforça ainda que a pecuária de leite sofre muito com a alimentação dos animais. “Onde não choveu existe uma escassez muito grande de forragem para os animais. A pecuária de corte também sofre, esta que é uma atividade tão expressiva no Rio Grande do Sul em área. Inclusive está sofrendo porque existem campos na região sul que não têm mais água. As sangas, os pequenos açudes secaram”, frisa.

Pires também ressalta que a entidade está alinhada com os pleitos da Fetag/RS na questão da prorrogação do programa Troca de Sementes, na perfuração de poços, construção de açudes, uma verba emergencial para os produtores passarem esse período de dificuldade. “Em todas estas questões estamos juntos com os pleitos da Fetag/RS, o que não poderia ser diferente, pois o cooperativismo essencialmente é formado por pequenos produtores”, salienta  Paulo Pires.

(Com Fecoagro)

 

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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