AGRICULTURA
Em busca de sustentabilidade, cafeicultura paranaense deve passar por mudanças em 2023
#souagro| Em 2023, a cafeicultura paranaense deverá passar por uma reestrutura nos seus diversos segmentos, na busca por mais sustentabilidade. O ponto de partida para isso é o Plano Estadual de Apoio e Desenvolvimento da Cafeicultura do Paraná, elaborado, no segundo semestre do ano passado, por diversas entidades, como Sistema FAEP/SENAR-PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).
O material elenca os principais desafios da cadeia no Paraná, como o baixo preço do café nos últimos anos; alta dos custos de produção, especialmente insumos; deficiência de mão de obra em quantidade e qualidade; condições climáticas adversas; e falta de assistência técnica, com baixa disponibilidade de profissionais. A partir disso, foram definidos metas e objetivos para nortear as ações, visando promover o aumento da área cultivada e a rentabilidade dos cafeicultores.
“O município conta com um plano local de desenvolvimento da cafeicultura, que inclui a parceria com o sindicato Rural que demanda os cursos para o Sistema FAEP/SENAR-PR. Isso promove a instrução dos produtores e treinamento de assistência técnica. Hoje, Carlópolis é referência estadual na cafeicultura, sendo um bom exemplo a ser seguido”, destaca Bruno Vizioli, técnico do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP/SENAR-PR.
O documento aponta tecnologias disponíveis para que os cafeicultores paranaenses atinjam produtividades superiores à média nacional, de 27,4 sacas beneficiadas por hectare. A média paranaense é de 27 sacas por hectare. “Temos muitas áreas com baixa produtividade porque são modelos antigos de produção, que precisam se adaptar às novas tecnologias. Mas, para o produtor assimilar o novo precisa de assistência técnica nesse processo. É aí que entram o associativismo, apoio do Estado e engajamento dos municípios”, complementa Lima.
Como o plano vai funcionar
Veja o resumo do projeto que pretende revitalizar a cafeicultura do Paraná
Linhas de ação
– Pesquisa: desenvolvimento de cultivares com mais produtividade, resistência, diferentes ciclos de maturação, qualidades de bebida diferenciadas; desenvolvimento de um sistema agroflorestal visando a sustentabilidade da cultura; retomada de pesquisas na área de solos e mecanização;
– Assistência técnica e extensão rural: organização de uma rede de assistência técnica coordenada; implantação de unidades demonstrativas de novas cultivares de café desenvolvidas pelo IDR-Paraná; contratação de extensionistas para reforço da equipe de assistência técnica e extensão rural;
– Produção: manejo e conservação do solo e fertilidade; elevação da produtividade; redução de custos; mecanização; melhoria da qualidade; organização dos produtores; sustentabilidade do processo; gestão de negócio;
– Comercialização: agregação de valor; organização da produção; viabilização e estruturação de núcleos de pós-colheitas, preparo de cafés especiais e padronização do café.
Metas
– Aumentar área no Paraná em 5 mil hectares para 90 mil hectares nos próximos 12 anos;
– Aumentar a produtividade média para 40 sc/ha;
– Aumentar a produção para três milhões de sacas em 12 anos;
– Produzir, no mínimo, 80% do café com qualidade bebida dura tipo 6;
– Produzir, no mínimo, 20% de cafés especiais;
– Diminuir o custo de produção para 70% do valor da saca beneficiada;
– Mecanizar 80% da área estadual nos próximos quatro anos;
– Capacitar e dar assistência técnica a 2 mil novos cafeicultores por ano por meio de uma rede de ATER (IDR, cooperativas, prefeituras e organizações de cafeicultores) coordenada pelo IDR-Paraná.
(Com
Faep)
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