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Com foco no hidrogênio verde, Paraná deve criar nova política pública para biogás e biometano
Inovaç#souagro| O Governo do Paraná, por meio do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), trabalha na elaboração de uma política pública de aproveitamento de forma intensiva de dejetos agropecuários com vistas à produção de biogás e biometano e foco no hidrogênio verde. Em novembro do ano passado foi criado um grupo de trabalho e neste ano há uma continuidade nas ações de apoio e incentivo aos produtores rurais, dentro do escopo do Programa Paraná de Energia Rural Renovável (RenovaPR), que já apoia o financiamento de usinas sustentáveis.
O grupo estuda um plano que estabeleça uma política pública de aproveitamento racional e eficiente das possibilidades de energia renovável. Entre as estratégias está uma parceria com a Compagas, que abre uma boa oportunidade de introdução do biometano em sua matriz energética, possibilitando a injeção de biometano nos gasodutos. Isto, por si só, gerará grande demanda no setor, cuja maior fonte de geração está exatamente no aproveitamento por biodigestão dos dejetos das cadeias produtivas de proteína animal e nos resíduos das agroindústrias e frigoríficos.
A política pública em discussão terá sua primeira versão apresentada até o final de fevereiro. Depois, passará por análise e discussões com o setor produtivo e suas instituições, sendo aperfeiçoada durante o mês de março. A previsão do anúncio oficial é entre os dias 18 e 20 de abril, durante o Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, que ocorrerá em Foz do Iguaçu, no Oeste. O primeiro debate público ocorrerá no Show Rural Coopavel, em Cascavel (Oeste), no dia 9 de fevereiro, às 10 horas no Espaço Impulso.
A política é uma das estratégias para preparar o Paraná para ser um dos ambientes brasileiros mais propícios à produção de hidrogênio verde, nome que se dá ao hidrogênio produzido com eletricidade oriunda de meios orgânicos e processos limpos, e com o uso de energia renovável no seu processo. Para isso, a biomassa paranaense, em especial das cadeias produtivas da proteína animal, é uma fonte com volume expressivo e renovável.
“O hidrogênio é considerado o combustível do futuro e motivo de investimentos de pesquisa e desenvolvimento por muitos países, e o Paraná e o Brasil estão nessa rota com reconhecimento mundial da sua viabilidade”, disse Ortigara.
INVESTIMENTOS
Recentemente, uma missão alemã, capitaneada por representantes do governo e empresários, esteve em Toledo e Nova Santa Rosa, onde foi recebida pelo vice-governador Darci Piana, pelo secretário Norberto Ortigara e pelo secretário Valdemar Bernardo Jorge (Desenvolvimento Sustentável), para discutir investimentos na geração de biogás, biometano e hidrogênio verde. Foram assinados convênios de cooperação entre as empresas alemãs e as cooperativas Ambicoop, de Toledo, e Coopersan, de Nova Santa Rosa.
“Essa foi uma demonstração de que o Paraná possui potencial para hidrogênio verde, tanto que o governo e empresas alemãs já estão investindo 2,3 milhões de euros em infraestrutura e no estudo de viabilidade técnica e econômica”, acentuou Ortigara.
Para o coordenador do RenovaPR, o desafio da nova política é tornar mais atrativa as condições no ambiente paranaense para estimular ainda mais a geração de biogás, biometano e, no futuro próximo, o hidrogênio verde. “As agroindústrias e cadeias produtivas de suínos, frango e leite são as mais promissoras, pois possuem dejetos e resíduos, que, além de gerarem energia, poderão gerar hidrogênio”, afirmou Almeida.
A geração do hidrogênio, que é uma energia renovável, na rota que será estimulada no Paraná, se dará pelo uso da quebra da molécula do metano (CH4), isolando o carbono e tendo duas moléculas de hidrogênio (H2). O processo é diferente, por exemplo, da rota estimulada na região Nordeste do País, que é pela eletrólise da água (H20) do mar, com o uso de energia eólica, que gera uma molécula de hidrogênio (H2) e libera oxigênio para a atmosfera ou para uso industrial.
Para esse avanço na política pública paranaense, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR Paraná), por meio do RenovaPR, discute a realização de um convênio com a Agência Alemã de Cooperação, o que deve se efetivar ainda neste trimestre.
(Com
AEN)
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