Foto: Assessoria

Maior frigorífico de suínos da América Latina é do Oeste paranaense

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Se tem uma coisa que o Oeste do Paraná fica em destaque é no agronegócio. Seja na agricultura ou na pecuária, os números regionais impressionam. E para equiparar com essa grandeza toda, a região ganha na próxima terça-feira, 13 de dezembro de 2022, o maior frigorífico de suínos da América Latina. É claro que o portal Sou Agro estará presente no evento que é fechado para imprensa e autoridades.

Com sede em Assis Chateaubriand, o novo frigorífico da Frimesa vai começar abatendo uma média de quatro mil suínos por dia, quantidade que será abastecida pelas cooperativas filiadas. Com os esforços, a pretensão é alcançar o abate de 15 mil suínos por dia.

 

“Na visão de futuro, realmente nós tivemos como projeto que nós temos que ter um crescimento constante. Por isso que o projeto de Assis começa com 3750, vai para 7500, vai para 11.000 e vai para 15.000”, disse o diretor presidente da Frimesa Valter Vanzella.

Valter Vanzella – presidente da Frimesa – Foto: divulgação

AMPLO PLANEJAMENTO

A escolha da área em Assis Chateaubriand seguiu um planejamento amplamente estudado feito pela Frimesa, segundo o diretor-executivo da Frimesa, Elias Zydek.

“É um grande desafio para todos nós e tudo isso é fruto de um grande planejamento, que começou lá em 2018. E estabelecemos o planejamento com uma visão de 15 anos à frente até 2032. Está tudo planejado ano a ano para cada cooperativa”, disse.

 

Elias Zydek – diretor-executivo da Frimesa – Foto Divulgação

 

CONSUMO NACIONAL E ABERTURA DE MERCADOS INTERNACIONAIS

Com um crescimento tão grande no abate de suínos, a expectativa é aumentar ainda mais o consumo nacional e também garantir abertura de novos mercados.

“A Frimesa vai passar para três plantas industriais a de Medianeira, Marechal Cândido Rondon e a de Assis Chateaubriand, então isso vai totalizar 23 mil cabeças de suínos por dia. Então, nós vamos sair de 8,3 mil que é hoje, para 23 mil. Em dez anos, praticamente triplicar o abate de suínos. A expectativa é aumentar sete quilos por habitante no Brasil, só aí e 1,5 milhão de toneladas a mais. A exportação está se trabalhando já desde o ano passado para a abertura do mercado, por exemplo, o México, Singapura, Coreia, Coreia do Sul, Filipinas e Chile são vários mercados altamente compradores que o Paraná ainda não tem acesso. Então, a nossa expectativa é de que avance nesses novos mercados e amplie no mercado interno.

 

TECNOLOGIA AVANÇADA DENTRO DO FRIGORÍFICO

A tecnologia da nova indústria da Frimesa segue parâmetros mundiais, inclusive com robô dentro da unidade.

“O robô dentro do frigorífico é coisa recente, nos últimos dois anos e nós procuramos desenhar um projeto moderno em termos de tecnologia, principalmente a automação. Eu diria assim, ele está muito mais justificado em cima daquele trabalho mais pesado, aquele trabalho mais difícil para as pessoas, o robô vai fazer isso. O trabalho contínuo, aquele trabalho mais perigoso, o robô vai fazer isso”, detalha Elias.

Planta do novo frigorífico

MAIS PRODUTORES PARA ATENDER A DEMANDA

Outra questão relacionada a esse aumento do abate, surge também a dúvida sobre o número de produtores para criação dos suínos. Mas Elias explica que isso também esteve dentro de todo planejamento.

“Dentro daquele planejamento que é de 15 anos na frente. Cada cooperativa abriu uma lista de inscrição de produtores tanto para a produção de leitões desmamados quanto para terminação. E o produtor está tendo mais interesse só fazer a terminação, porque a produção de leitões exige mais tecnologia, exige pessoas 24 horas, então ele está mais profissionalizado. Então isso quem está fazendo são grupos de produtores, criam empresas para investir ou as próprias cooperativas fazem. E aí o produtor vai mais para terminação. Para a primeira etapa até 2025, já tem os produtores. Para segunda etapa, nós também acreditamos que os juros tendem a cair, o país está com juros aí na faixa de 12 a 15, 18%. Esse juro para investimento ao produtor deve voltar na faixa de 4 a 6%. Então aí volta a vontade do produtor em investir”, explica Elias.

 

FUTURO POLÍTICO E ECONÔMICO

Sobre a questão de futuro, Elias espera que este cenário de incerteza na política e também na economia se estabilizem, mas mesmo assim há preocupações.

“Quem está no agronegócio e aprendeu a produzir, comercializar, colocar no mercado, ele sempre foi otimista. Claro que a gente gostaria que tivesse mais clareza e tivesse mais segurança jurídica no país, que as incertezas fossem menores. Por isso que 2023 é esperado com muita expectativa a gente está bastante preocupado para ver qual vai ser a política econômica. Irão acontecer as reformas que o país precisa, a reforma administrativa. Pelo que a gente está vendo aí, ao invés de diminuir a máquina pública, está aumentando. A questão da reforma trabalhista, que foi um grande impulso para os investimentos, está se falando em retornar. Então isso nos preocupa. Eu diria assim, somos otimistas, temos coragem investimos e vamos colocar em funcionamento esses investimentos e esperar para ver qual é o rumo, qual é o destino efetivo que o Brasil vai tomar, mas confesso que o momento é de muita insegurança”

ATIVIDADES A TODO VAPOR

As atividades do novo frigorífico começam já neste mês de janeiro e os resultados previstos devem colocar novamente o Oeste do Paraná em destaque nacional.

“Começamos agora em janeiro, o início das operações, fazer os testes. Todo esse trabalho de dar a partida no frigorífico. Acreditamos que em 60 a 70 dias ele já começa a rodar completamente”, finaliza Zydek.

ASSISTA O VÍDEO DA ENTREVISTA DE ZYDEK COM SIRLEI BENETTI:

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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