Foto: Sou Agro

De olho no futuro: o que o produtor rural deve esperar para o agro em 2023?

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Se tem algo que o produtor rural fica de olho é no futuro. E como 2023 já está batendo na porta, o que resta saber é quais são as expectativas para o agro no novo ano que se aproxima.

Marcos Fava Neves, o conhecido Dr. Agro, fez uma análise sobre o assunto, trazendo alguns apontamentos importantes em que o produtor rural deve se atentar em janeiro de 2023.

PONTO 1
“O primeiro e mais importante item do planeta hoje é o clima sobre a safra brasileira de grãos. É o principal tapete onde está sendo feita a produção. Nesse momento EUA  Canadá e Europa estão embaixo de neve. Então é aqui que o mundo está de olho, então o clima, a chuva e o desenvolvimento das lavouras”, detalha Dr. Agro.

PONTO 2

“O segundo ponto que a gente tem que olhar em janeiro e que já começa a colher a safra verão é o início do plantio da safrinha logo na sequência. Essa operação também nós temos que estar de olho aí para ver os rendimentos, porque ela vai ser muito importante para dar o número final do milho, principalmente”, explica Dr. Agro.

PONTO 3

“No item três, os custos de produção, insumos, arrendamentos e outros na segunda safra e os cultivos de inverno. O que eu acho desse ponto pessoal, nós tivemos em 2022, 2021, especialmente mas principalmente 22 explosão do custo do arrendamento, explosão do custo dos insumos e isso deixou a agricultura muito arriscada porque ela está com custo muito elevado. O que a gente vai ter pelo movimento todo de mercado é que provavelmente o preço se mantém, mesmo com o Brasil entregando essa quantidade imensa de grãos e o custo começa a cair. Então eu estou um pouco menos preocupado com essa história e eu acho que segue trajetória de queda, o custo dos insumos e tem que começar a cair, eu sei que tem dono de terra que não vai gostar do que eu estou falando, mas o valor do arrendamento tem que começou a cair um pouco, 20 sacas de soja por hectare só de arrendamento é muito alto. Coloca quem vai produzir sob um enorme risco”, detalha Marcos.

 

PONTO 4

“O quarto item que nós temos que olhar é o novo governo. Aí, os programas, projetos, políticas públicas, a indicação dos nomes, as suas perspectivas”, diz Marcos.

PONTO 5

“O quinto e último item é a conjuntura global. Não vai ter recessão na economia mundial no ano que vem, eu acho, vai ter menor taxa de crescimento, mas mesmo assim os mercados serão maiores, principalmente de alimentos, que é a última coisa que uma pessoa corta quando ele tem alguma restrição orçamentária em casa. Então, nós temos que acompanhar tudo que aconteceu no planeta. Como é que fica a situação de Rússia, Ucrânia, a situação de petróleo, o crescimento da economia a Covid na China, que pode trazer para nós uma oportunidade de aumento de consumo, enfim, continuar acompanhando os fatores. Mas a minha expectativa e a minha torcida é que o planeta fique mais calmo em 2023 que esse período que eu chamei de três Vs, variação violenta das variáveis que eles saiam um pouco de cena em 2023. Que a gente possa ter mais calmaria, com menos interferência da política, menos eleições no planeta e essas coisas um pouco mais estáveis”, explica Dr. Agro.

PONTOS DE PREOCUPAÇÃO

Marcos Fava Neves, faz vários apontamentos de preocupação, mas também demonstra otimismo para o ano que está chegando, principalmente com relação ao cenário de mobilização da sociedade junto com deputados e senadores.

“Um ponto que me deixa mais tranquilo é o quadro institucional que a gente tem. Agora para 2023, que é uma oposição mais forte, uma capacidade de mobilização da sociedade, facilidades de controles, acesso direto a deputados e senadores, o que transforma o campo de atuação do novo governo muito mais limitado do que era em 2003. Não pode sair das quatro linhas porque a reação vai ser extremamente grande e eficaz, mas eu tenho um pouco de preocupação com a responsabilidade fiscal do governo. A gente sabe que o responsável fiscal é trabalhar pelos mais humildes, essa ideia ela é equivocada na cabeça do presidente, que tem que expandir gastos de sem saber a consequência disso”, explica.

“Eu acho que a questão de imagem internacional do Brasil com o novo governo deve melhorar, porque é um governo que tem mais apoio da mídia internacional, de ONGs e outros. Acho que o esforço de abertura de mercados internacionais também pode a despeito de um trabalho espetacular feito pela ministra Tereza Cristina, Marcos Montes eu acho que o Brasil tem condições de ampliar a abertura de mercados internacionais. Eu acho que o ambiente para receber investimentos internacionais também tem condições de ficar melhor. Eu tenho muito medo dos riscos de interferência em preços de mercado, interferir na Petrobrás, interferir em preço de gasolina, limitações e colocar alterações tributárias de restrições de volumes. Tudo isso aí vai ser um retrocesso muito grande. Tem que ficar uma mobilização para não deixar essas coisas acontecerem. E tem o medo também de deteriorar o ambiente regulatório, trabalhista, de mão de obra e sindical. Acho que melhora o ambiente de treinamento, de capacitação, de mão de obra. Acho que esse é um ponto que tem tudo a ver com o novo governo”, acrescenta Doutor agro.

Para finalizar, Dr. Agro diz que é importante mante um Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento forte e evitar intervenções que possam prejudicar o agro.

“Manter um MAPA forte com secretarias que possam dar conta de todos esses programas aí e também não deixar deteriorar o ambiente regulatório. Para os brasileiros de origem indígena, quilombolas e outros. E também não deixar com que o protagonismo de ONGs e outros grupos de pressão diminua a velocidade de crescimento da agricultura brasileira”, finaliza Dr. Agro.

VEJA O VÍDEO:

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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