Cascavel é sede da única empresa do Oeste que produz inoculantes para melhoria nas lavouras

AGRICULTURA

Cascavel é sede da única empresa do Oeste que produz inoculantes para melhoria nas lavouras

Débora Damasceno

18 de dezembro de 2022 às 09:00

#souagro| Os inoculantes, são produtos importantíssimos para bons resultados nas lavouras. No Oeste do Paraná, a única empresa que faz a produção deles é a Nitro 1000 que tem sede em Cascavel.

A empresa é especializada na produção de inoculantes com formulações líquidas e turfosas, oferecendo soluções biotecnológicas voltadas à agricultura, focando em maior produtividade, na promoção de crescimento e aliada à sustentabilidade.

O QUE É O INOCULANTE?

O inoculante é um produto que faz muito bem às lavouras. Ele intensifica o processo natural da fixação biológica de nitrogênio (FBN), de forma que as bactérias que vivem no solo se associam às plantas, captam o nitrogênio do ar e o transformam em alimento para a planta.

“É um produto biológico produzido através de bactérias. Então temos bactérias que são fixadoras de nitrogênio e bactérias que são promotoras de crescimento. Essas que são as fixadores de nitrogênio, que são as mais antigas ou mais conhecidas e que infelizmente, até hoje alguns agricultores por achar que dá serviço ou por ser o produto barato, acabam não acreditando. Porém, ele é de extrema importância, extrema importância”, explica Amarildo José Rozetti, sócio proprietário da Nitro 1000.

inoculantes

“Essas bactérias de fixadores de nitrogênio, na verdade, eles fazem uma simbiose com a planta. No ar, nós temos 78% de nitrogênio, aproximadamente, que nem nós nem os vegetais conseguem retirar esse nitrogênio porque ele está numa fórmula química difícil de ser quebrada. É por isso que, por exemplo, a ureia, ele é um nitrogênio puro extraído do ar. Porém, você tem que ter muita energia para quebrar essa tripla ligação e a natureza criou e alguns pesquisadores conseguiram isolar essas bactérias que elas conseguem pegar o nitrogênio do ar, quebrar essa tripla ligação de nitrogênio e fornecer para a planta numa simbiose. A bactéria não se utiliza desse nitrogênio, desse nutriente, ela fornece para a planta e a planta fornece nutrientes para a bactéria. Então na planta, soja na raiz da soja, aqueles nódulos é uma mini fábrica de nitrogênio”, acrescenta Amarildo.

PRODUÇÃO DETALHISTA PARA BONS RESULTADOS
O trabalho da produção de inoculantes facilita a vida do produtor rural, o que é feito em Cascavel sai da fábrica, já com essa potencialização que vai na semente, mas todo trabalho é bem delicado.

“É uma operação extremamente complexa e muito delicada, porque você produz um organismo vivo e esse organismo vivo não pode existir nenhum outro tipo de contaminante, nem uma outra bactéria, nem um fungo, nada. Então, é um sistema totalmente asséptico, é muita tecnologia envolvida para você chegar nesse produto final. Ele pode ser em forma de turfa ou em forma líquida. Ambos bem aplicados, tem uma efetividade perfeita. A gente manda para o Brasil todo, graças a Deus. A gente produz também com a marca Nitro 1000 e produzimos para outras empresas também na forma de terceirização”, detalha Amarildo.

RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS

Tem muito produtor rural que não utiliza o inoculante, pensando que os resultados não serão positivos, mas é bem ao contrário disso. Se bem aplicado, às lavouras podem ter produtividades extraordinárias.

“Eu sempre falo, se o agrônomo recomenda para o agricultor, às vezes, fazer uma aplicação de fungicida, duas, três ou quatro aplicações. O produtor vai lá e faz e custa caro. Porém, ele faz isso normalmente nem uma saca de soja ou de milho a mais. Porém, ele deixa de perder, que já é uma grande coisa. E quando todos os técnicos do Brasil todo, no mundo todo, onde se planta soja, milho, eles recomendam utilização de inoculantes, porém nem todos fazem. Então eles estão deixando de ganhar dinheiro, deixando de produzir mais. A Embrapa tem alguns trabalhos que a cada dez safras, o agricultor ganha uma safra cheia só com o benefício do inoculantes. Então, CBT e agricultores estão há 20, 30 anos plantando e ainda usam o inoculante ou usam mal”, detalha Amarildo.

MUDANÇA NAS PROPRIEDADES

Aos poucos esses pensamentos vão mudando e a tendência é que os inoculantes ganhem cada vez mais espaço nas propriedades rurais.

“Felizmente, hoje, com a nova geração de produtores rurais que são filhos de produtores, a maioria são formados e com a necessidade de se produzir mais, essa tecnologia cada vez está ganhando mais espaço. Felizmente, por isso que neste ano, estamos dobrando nossa capacidade hoje a Nitro 1000 é uma empresa 100% brasileira, paranaense, com muito orgulho, que tem possivelmente uma das maiores capacidades de produção, com esses novos investimentos do país, que muito nos orgulha, com muito sacrifício. Porém, eu gosto de lembrar que nosso sócio maior é Jesus Cristo, só por ele que a gente estamos conseguindo nos sobressair nesse mercado que já é bastante competitivo”, agradece Amarildo.

A HISTÓRIA DA NITRO 1000

Uma empresa totalmente brasileira e que nasceu no Oeste do Paraná. São décadas de história e um crescimento fantástico ao longo de todos esses anos.

“A Nitro 1000 a princípio, iriámos montar em Curitiba a primeira, mas resolvemos montar em Cascavel. Primeiro que nós somos daqui e segundo, o que a gente tinha a noção de que santo de casa não faz milagre. O pessoal acha que o que vem de fora dele, mas realmente graças a Deus fez milagres, que é puro milagre. A gente cresce muito. Hoje a gente atende as grandes revendas, as maiores cooperativas do Brasil. Então, é um grande orgulho para nós. É um resumo da nossa história. A gente nasceu aqui. Começamos com praticamente quatro fermentadores. Hoje temos 36 dos maiores experimentadores, que têm capacidade de produção do Brasil. Então, graças a Deus a gente se sente muito abençoado por estarmos conseguindo levar essa tecnologia e que é uma tecnologia limpa. Ajudamos a incrementar a produtividade dos agricultores. É mais fácil para as cooperativas receber a conta, quando o cooperado está feliz, ele entrega mais produtos sem prejudicar o meio ambiente”, conta Amarildo.

(Débora Damasceno/Sou Agro)