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Rússia abandona acordo da exportação de produtos agrícolas da Ucrânia, mas não consegue evitar saída de navios

Débora Damasceno
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#souagro| Em julho, nós falamos aqui no Sou Agro sobre o acordo entre a Rússia e a Ucrânia, assinado para retomada da exportação de grãos da Ucrânia, isso ocorreu depois que a Turquia e as Nações Unidas intermediaram essa retomada. Pois bem, depois desse consenso, vários navios carregado com grãos, deixara o porto ucraniano de Odesa.

A Rússia anunciou que vai suspender a participação no acordo de exportação de cereais e produtos agrícolas ucranianos, após ataques a navios na Crimeia, na Baía de Sebastopol. “Ocorreu o maior ataque da história do conflito de drones [aparelhos voadores não tripulados] e veículos de superfície, pilotados remotamente nas águas da baía de Sebastopol, disse o governador pró-russo da cidade de Sebastopol, na Crimeia, Mikhail Razvojayev, citado pela TASS. Algumas instalações militares e civis na Crimeia já foram alvejadas várias vezes nos últimos meses. Entretanto, em Moscou, o Ministério russo da Defesa responsabilizou a Ucrânia e o Reino Unido pelo intenso ataque com drones, que, no entanto, causou danos menores em um dos navios, um caça-minas Ivan Goloubets, bem como na barragem de contenção da baía de Sebastopol. A preparação para esse ato terrorista e o treino dos militares do 73º centro ucraniano para operações marítimas especiais foram realizados por especialistas britânicos baseados em Ochakov, na região de Mykolaiv, na Ucrânia”, afirmou o Ministério russo da Defesa na rede social Telegram.

 

Mas apesar de a Rússia ter abandonado o acordo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir as exportações da área de guerra, navios que transportam grãos deixaram os portos ucranianos nesta segunda-feira (31), Moscou não conseguiu retomar o bloqueio. Sirenes de ataques aéreos soaram em toda a Ucrânia e explosões ocorreram em Kiev, enquanto a Rússia lançava mísseis em novos ataques aéreos.

Autoridades ucranianas disseram que a infraestrutura de energia foi atingida, interrompendo o fornecimento de eletricidade e água em várias áreas. A retomada das exportações de alimentos, a partir dos portos ucranianos, sugere que pelo menos um cenário terrível foi evitado por enquanto. Autoridades internacionais temiam que Moscou voltasse a impor bloqueio aos grãos ucranianos, depois que a Rússia anunciou, no sábado (29), que estava se retirando do programa apoiado pela ONU, que escolta navios de carga pelo Mar Negro.

 

“Navios de carga civis nunca podem ser alvos militares ou reféns. A comida precisa fluir”, escreveu no Twitter Amir Abdullah, representante da ONU que coordena o programa. Pouco depois, a Ucrânia confirmou que 12 navios haviam zarpado.

As 354,5 mil toneladas de grãos que eles carregavam eram muito mais do que normalmente sai em um único dia, indicando que uma série de pedidos estava sendo liberada depois que as exportações foram interrompidas no domingo. A Ucrânia e a Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de alimentos. Por três meses, o acordo apoiado pela ONU garantiu que as exportações ucranianas pudessem chegar aos mercados.

Moscou disse que foi forçada a desistir do acordo de transporte marítimo, depois de culpar Kiev por explosões que danificaram navios da Marinha russa em porto da Crimeia no sábado. A Ucrânia não confirmou nem negou estar por trás dessas explosões, mas afirmou que a Marinha russa é alvo militar legítimo. Moscou disse que as explosões foram causadas por uma frota de drones marítimos e aéreos. Os Estados Unidos acusaram a Rússia de usar comida como arma, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou que Moscou está “chantageando o mundo com fome”. A Rússia negou as acusações, mas disse que, com suas forças navais danificadas, não era mais capaz de garantir transporte seguro. Os ataques com mísseis da Rússia, durante hora de pico na manhã de hoje, repetiram tática que a Rússia seguiu neste mês, de atingir a infraestrutura civil ucraniana, especialmente usinas de energia.

ONU PEDE QUE ACORDO NÃO ACABE

A ONU afirma estar em contato com as autoridades russas, após o anúncio de suspensão do acordo de exportação de cereais ucranianos. “É vital que todas as partes se abstenham de qualquer ação que coloque em risco a Iniciativa de Cereais do Mar Negro, um esforço humanitário que tem claramente impacto positivo no acesso a alimentos para milhões de pessoas em todo o mundo”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Reuters)

(Foto: Reuters)

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